"Há 20 anos [que] travamos esta batalha e ver a conclusão deste passe tem um grande significado. Aqueles que apontam como eleitoralista uma medida de grande alcance social não têm razão, porque esta é uma possibilidade real de melhorar as condições de vida do povo", disse Jerónimo de Sousa.
O líder do PCP fez ao início da tarde o percurso de metro entre a estação João de Deus, em Vila Nova de Gaia, e São Bento, no Porto, para contactar com utentes de transportes públicos e distribuir folhetos com informação sobre o Passe Social único que na AMP entra em vigor segunda-feira, estando à venda desde a semana passada.
No documento que a comitiva comunista entregou ao longo do percurso lê-se: "Mais barato, todas as carreiras e todos os transportes. Prosseguir a luta pelo alargamento a toda a Área Metropolitana".
Em causa um passe que custa 40 euros para todas as zonas e 30 euros até três zonas e que terá também uma vertente para famílias.
No verso do folheto distribuído por Jerónimo de Sousa, que percorreu de metro cinco estações e depois seguiu a pé em São Bento estão, e conforme se lê no documento, "alguns exemplos de redução com a aplicação do Passe Único", seguindo-se um quadro que enumera operadores, percursos, zonamentos e faz comparações entre o custo atual e o custo futuro. "E no seu caso já calculou o que vai poupar?" - perguntam os comunistas no folheto.
"A redução dos tarifários terá consequências diretas na vida de muitas famílias da AMP, particularmente famílias de trabalhadores que, com esta redução, conseguem a poupança de centenas de euros ao longo do ano. Faltam algumas freguesias e alguns concelhos. É importante continuar este percurso e o alargamento a toda a AMP", disse Jerónimo de Sousa.
O secretário-geral do PCP respondeu ainda à ideia de que esta é uma medida que discrimina o interior do país, apontando o dedo aos Governos anteriores.
"Lamentam que nas regiões do interior ainda não há a aplicação deste princípio, mas não podemos esquecer que foram sucessivos Governos que durante décadas encerraram caminhos de ferro, 1.200 quilómetros de via férrea, ramais, estações e levaram a uma maior dificuldade de mobilidade", disse o líder comunista.
Para Jerónimo de Sousa, em causa no interior está "a necessidade de aumentar a oferta de transportes públicos".
O líder do PCP desafiou ainda as autarquias a "assumirem a sua quota de responsabilidade" e sublinhou que no seu entender estas medidas têm "grande atualidade no plano do ambiente e plano climático".
"Acreditamos que o número de portugueses que se deslocam em transportes públicos vai aumentar", concluiu.
Comentários