“Estou mesmo muito confiante, porque noto que, com apenas duas semanas de campanha, existem niveis de adesão, de participação e de empatia, muito significativos”, disse o ex-ministro social-democrata no final de uma sessão de campanha, em Faro.

Em declarações à agência Lusa, Jorge Moreira da Silva disse sentir que o PSD “não está numa fase que queira fazer uma escolha conjuntural, mas que começa a perceber que estar quatro anos na oposição, pode ser uma oportunidade para se refundar”.

“Não apenas para se refundar, mas que pode oferecer aos cidadãos um projeto inteiramente novo e acho que isso começa a entusiasmar os militantes”, apontou.

Questionado sobre os indicadores que apontam Luís Montenegro em melhor posição para vencer as diretas no partido, Jorge Moreira da Silva disse que “os únicos indicadores que conhece “são eventualmente de dirigentes distritais”.

“Estas eleições são eleições em que cada militante tem um voto e eu tenho para mim os verdadeiros indicadores que são as salas cheias, um número de voluntários jovens que já ultrapassou as três centenas e que participam nesta campanha de uma forma abnegada, e noto uma curiosidade crescente sobre as minhas propostas”, notou.

Na intervenção perante dezenas de militantes, entre os quais autarcas e deputados algarvios, o candidato disse acreditar que tem talento efeutar a renovação eu o partido necessita”.

Jorge Moreira da Silva adiantou que deixou “a posição confortável que tinha em Paris, porque não se perdoaria a falhar esta convocatória para dar um novo rumo ao partido”.

“Vim aqui para arriscar, não ia deitar tudo para trás se viesse apenas tirar o ‘ticket’ para entrar no campeonato da notoriedade”, referiu.

Para o candidato, o PSD “precisa de se atualizar”, apontando a mudança como necessária: “É uma palavra pesada, mas a mudança é mesmo necessária, tem de ser profunda”.

“O PSD é hoje um partido sem programa certo, sem linhas programáticas e isso tem de mudar”, sublinhou o candidato, acrescentando que o partido “não é um cube de amigos”.

Na opinião de Jorge Moreira da Silva, o PSD “tem de atualizar a forma de funcionamento, ser um partido mais aberto e moderno, uma espécie de startup”.

“O partido deve olhar para os cidadãos como o centro da politica, com um lider com voz forte, independentemente dos decibeis que atinge, porque é medido sua capacidade de apresentar resultados e de servir os outros”, avançou.

O candidato afirmou que tem “modelos definidos para liderar o partido, que são inovadores e que passa ainda por criar um governo sombra capaz de duplicar a oposição ao Governo e que marque cada ministro e cada secretário de Estado”.

Além disso, defendeu que o partido deve ter “uma maior formação política dos seus militantes, com código de conduta e de ética, capaz de liderar uma oposição firme ao PS e capaz de apresentar alternativas de governação”.

“Tenho o perfil certo. Aquilo que peço é que, para quando forem votar, não votem em função da pessoa que pode ter tirado a ficha primeiro, ou seja ter mostrado primeiro a sua disponibilidade para liderar o partido”, concluiu.

Jorge Moreira da Silva participou na cidade de Faro na sessão de esclarecimento seguida de debate com militantes social-democratas, sob o tema "Diálogos com futuro", para apresentação das principais linhas da sua candidatura à liderança do PSD.

As eleições diretas no PSD realizam-se em 28 de maio, e são candidatos anunciados Jorge Moreira da Silva e o antigo líder parlamentar Luís Montenegro.