De acordo com um comunicado do Departamento de Estado dos Estados Unidos, a análise de peritos norte-americanos à bala que matou a jornalista da Al Jazzera, de dupla nacionalidade palestiniana e norte-americana, não chegou a nenhuma conclusão definitiva sobre a origem da bala que matou Shireen na cidade de Jenin durante uma operação militar israelita, e estando o projétil “muito danificado”.

A morte de Shireen Abu Akleh, uma jornalista muito respeitada e reconhecida da cadeia televisiva do Qatar, abalou o Médio Oriente. A Autoridade Palestiniana, a Al JAzeera e o Qatar, país que financia a Al Jazeera, acusaram de imediato o exército israelita de ter matado deliberadamente a repórter.

Ramallah, a sede do poder palestiniano, sempre recusou entregar o projétil ao exército israelita, mas acabou por confiá-lo aos norte-americanos para uma peritagem, e com estes a comprometerem-se em enviar as conclusões aos palestinianos.

Por sua vez, o exército israelita indicou ter efetuado na presença de “responsáveis dos serviços de segurança americanos” um “exame balístico” do projétil — de calibre 5.56 mm e, segundo o procurador palestiniano, disparada por uma arma semiautomática Ruger Míni-14.

Israel continua a afirmar ser impossível conhecer a origem exata do tiro, israelita ou palestiniano, e a excluir que tenha sido um disparo deliberado.

O Alto-comissariado da ONU para os direitos humanos concluiu em 24 de junho sobre uma responsabilidade do exército israelita, um inquérito rejeitado como “sem fundamento” pelo ministro da Defesa israelita, Benny Gantz.

Para a sua análise, as autoridades norte-americanas indicaram que nas últimas semanas tiveram “pleno acesso” aos inquéritos das forças israelitas e da Autoridade Palestiniana.

“Os Estados Unidos continuam a encorajar a cooperação entre Israel e a Autoridade Palestiniana neste caso importante”, e “exortam que sejam prestadas contas” pelos envolvidos, acrescentou hoje Ned Price, porta-voz da diplomacia de Washington.

Estes últimos desenvolvimentos ocorrem a menos de dez dias de uma vista do Presidente dos EUA, Joe Biden, a Israel e à Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, no âmbito da primeiro deslocação ao Médio Oriente desde o seu acesso à Casa Branca.