A polícia foi chamada a intervir para pôr termo à situação.
Dentro do tribunal, versões contraditórias do arguido e da vítima marcaram o início do julgamento do jovem falso estudante de medicina acusado de tentar matar outro à facada naquela madrugada de 23 de fevereiro.
Perante o tribunal de São João Novo, o arguido argumentou que os dois mantiveram uma discussão e uma troca de agressões e que acabou por esfaquear a vítima acidentalmente.
Disse que a conversa que ambos mantiveram de madrugada, no carro da vítima, foi um ralhete sobre as "más vidas" do amigo.
Acrescentou que, na luta que se seguiu, usou algo que apanhou no carro e que veio a verificar ser uma faca.
Já o ofendido falou aos juízes em ataque violento do arguido enquanto dormitava no carro à espera de um amigo que "nunca mais chegava".
Rejeitou que tivesse qualquer faca no carro.
Na tentativa de aclarar as razões do crime, os dois foram várias vezes questionados sobre a natureza da sua relação, que ambos disseram ser de grande amizade.
O tribunal chegou a questionar se o arguido, que se assumia falsamente como estudante de medicina, não teria consumido alguma droga antes dos factos.
"Haxixe, depois do jantar", disse o arguido, confirmando depois também consumos de cocaína, referidos em relatórios médicos.
O caso ocorreu na madrugada de 23 de fevereiro nas imediações da igreja de Paranhos, no Porto, e a Polícia Judiciária (PJ), que investigou o caso, contou na altura, que a vítima, de 24 anos, e o agressor, de 26, se encontraram pelas 04:00 daquele dia para "fumar um cigarro e conversar", numa viatura que estacionaram nas proximidades da igreja de Paranhos, no Porto.
"Por razões não concretamente apuradas, o suspeito desferiu várias facadas na vítima, algumas das quais pelas costas", descreveu a PJ.
Na acusação do processo, o Ministério Público refere que a vítima, que se foi arrastando pelo solo, "ainda foi agredida com um bloco de cimento na cabeça".
Acrescenta que o arguido ignorou os pedidos da vítima para chamar a emergência médica e atirou-se ao chão para ficar com mazelas, quando dois outros jovens se aproximavam.
Argumentou então que ambos tinham sido assaltados e espancados, uma tese que os investigadores do caso logo desmontaram.
O julgamento prossegue em 9 de janeiro.
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