Dirigindo-se ao Parlamento Europeu por ocasião do seu discurso sobre o Estado da União, Jean-Claude Juncker disse que uma das suas prioridades é “uma união económica e monetária mais forte”, e, nesse contexto, manifestou-se favorável à criação de um fundo monetário europeu, de uma linha orçamental específica para a zona euro e à figura do “ministro da Economia e das Finanças”.
“Precisamos de um ministro europeu da Economia e Finanças, alguém que acompanhe as reformas estruturais nos nossos Estados-membros. Ele pode apoiar-se no trabalho levado a cabo pela Comissão desde 2015, no quadro do seu serviço de apoio à reforma estrutural”, apontou.
Segundo o presidente do executivo comunitário, “este ministro europeu da Economia e Finanças deveria coordenar o conjunto dos instrumentos financeiros da UE quando um Estado-membro entra em recessão ou é atingido por uma crise que ameace a sua economia”.
“Não sou pela criação de uma nova função. Por razões de eficácia, defendo que esta tarefa seja confiada ao comissário europeu responsável pela Economia e Finanças – idealmente vice-presidente da Comissão – e presidente do Eurogrupo”, esclareceu.
Juncker também considerou que o Mecanismo Europeu de Estabilidade – o fundo de resgate permanente da zona euro – deve “evoluir progressivamente para um fundo monetário europeu”, e adiantou que a Comissão apresentará propostas concretas nesse sentido já em dezembro próximo.
Considerando que não é necessário a Europa dotar-se de “estruturas paralelas” – Juncker rejeitou por exemplo um parlamento específico da zona euro, considerando que “o parlamento da zona euro é o Parlamento Europeu” -, o presidente da Comissão argumentou também que não é necessário “um orçamento do euro distinto”, preferindo antes “uma linha orçamental dedicada à zona euro no quadro do orçamento da UE”.
Atualmente, o francês Pierre Moscovici é o comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos e Financeiros - enquanto o vice-presidente Valdis Dombrovskis tem a seu cargo a pasta do Euro -, enquanto o fórum de ministros das Finanças da zona euro, o Eurogrupo, é presidido pelo holandês Jeroen Dijsselbloem, que termina o seu mandato em janeiro de 2018.
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