Segundo a imprensa italiana, os investigadores suspeitam que o navio humanitário, fretado desde 2016 pelas organizações não-governamentais SOS Méditerranée e MSF para resgatar migrantes ao largo da costa da Líbia, fez passar um total de 24 toneladas de resíduos potencialmente tóxicos por resíduos convencionais.
As contas bancárias do MSF na Itália também foram bloqueadas pela justiça.
A investigação coordenada pelo Ministério Público de Catânia, na Sicília, refere-se ao tratamento de resíduos - vestuário de migrantes, resíduos alimentares e resíduos sanitários - nos portos italianos, onde o Aquarius e também o Vos Prudence (outro navio fretado por MSF em 2017) desembarcaram milhares de migrantes resgatados no mar.
O Ministério Público italiano está a investigar 24 pessoas, na sua maioria ligadas à MSF, entre os quais dois agentes da Guarda Marítima.
A Guarda de Finanças, que conduziu as investigações juntamente com a polícia italiana, estabeleceu “que houve tratamento ilegal de resíduos em 44 ocasiões e um total de 24.000 quilos de lixo”.
A Guardia de Finanza, que conduziu as investigações junto com a polícia italiana, estabeleceu "que houve tratamento ilegal de resíduos em 44 ocasiões e num total de 24.000 quilos de lixo".
"Todas as nossas operações portuárias, incluindo a gestão de resíduos, sempre seguiram o procedimento padrão. As autoridades competentes não contestaram esses procedimentos ou identificaram qualquer risco para a saúde pública desde que iniciamos nossas operações no mar", respondeu a organização MSF num comunicado.
"O único crime que vemos hoje no Mediterrâneo é o total desmantelamento do sistema de busca e salvamento", denunciou Gabriele Eminente, diretora-geral da MSF na Itália, alertando para "dois anos de campanhas difamatórias" contra organizações não governamentais.
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