Um grupo de bombos foi abrindo caminho ao líder do PSD neste percurso pelo centro da cidade transmontana e foi já quase na parte final da arruada que Rio foi puxado para o meio dos elementos e juntou-se também a tocar.

Antes a comitiva, que foi engrossando ao longo do percurso, com apoiantes e militantes provenientes um pouco de todo o distrito e que atravessou a rua Direita de Vila Real em contactos com a população e os comerciantes, foi oferecendo flores, panfletos e lápis.

“Por todo o lado tenho notado essa mobilização interna, por um lado, e, por outro lado, o acolhimento externo quando me dirijo às pessoas”, afirmou o presidente do PSD aos jornalistas.

Vila Real é um distrito com forte implantação social-democrata e o partido elegeu, em 2019, três dos cinco deputados por este círculo eleitoral do Norte do País. Esta é também a terra natal do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

Questionado pelos jornalistas sobre se já tem um Governo na cabeça se ganhar as eleições de 30 de janeiro, Rui Rio respondeu: “tenho algumas coisas na cabeça, seguramente, quer a estrutura quer alguns nomes, isso tenho”.

E quanto à declaração do líder do CDS que disse que gostava de ter a pasta da Defesa num futuro Governo de direita, o presidente social-democrata disse ainda que “havendo uma negociação com o CDS e a Iniciativa Liberal (IL) pode passar por integrar o Governo ou não, no passado integrou sempre o Governo”.

A Norte a campanha seguiu animada, provavelmente pelas sondagens recentes que dão o PSD a aproximar-se do PS, e Rio salientou, referindo-se a António Costa, que “alguém que teve a governação que teve durante estes seis anos ainda achar que o povo está disponível para lhe dar uma maioria absoluta é algo que é um bocado arriscado” e “só faltava que isso agora também acontecesse”.

O líder social-democrata entrou em várias lojas, como a livraria “Branco”, e que é a mais antiga do país na mesma família. O proprietário Alfredo Branco desabafou que vai conseguindo manter o negócio, com algumas dificuldades e, como leitura recomendou a Rio, um livro do autor transmontano Pires Cabral.

Uma popular disse-lhe ainda que “este que lá está (primeiro-ministro) tem de sair cá para fora, ele é o comilão dos combustíveis” “Assim faremos, assim faremos”, repetiu Rio.

Antes da iniciativa “Conservas Centrais”, hoje dedicada à economia e finanças, o presidente do PSD foi tomar café a uma das mais antigas pastelarias da cidade de Vila Real, junto à avenida Carvalho Araújo.

No entanto, Rio ausentou-se da iniciativa por ter começado a sangrar do nariz. O anúncio foi feito pelo cabeça de lista do PSD Por Vila Real, Artur Soveral de Andrade, moderador do debate.

“Queria informar os presentes que o presidente Rui Rio está com um pequeno problema de sangramento do nariz, dentro de pouco tempo regressará ao nosso convívio”, afirmou.

Rui Rio ainda assistiu, na primeira fila, à rábula humorística que costuma anteceder as “Conversas Centrais”, hoje sobre Economia e Finanças, mas pouco depois de ser chamado ao palco para começar a sessão ausentou-se.

Por enquanto, o presidente do PSD está no carro, apoiado por um médico que se encontrava entre os seus apoiantes, segundo a assessoria, que não deu como certo o seu regresso à iniciativa, o que dependerá da evolução do problema.