A carta, à qual a agência Lusa teve hoje acesso, foi endereçada as antigos presidentes do CDS Adriano Moreira, Manuel Monteiro, Paulo Portas, José Ribeiro e Castro e Assunção Cristas, ao atual líder Francisco Rodrigues dos Santos, ao líder parlamentar, Telmo Correia, e ao único eurodeputado do partido, Nuno Melo.

“Mais do que falar de um passado que todos conhecemos e perfilhamos, gostaria, acima de tudo, de vos falar de presente e futuro. No presente, começaria por afirmar que o CDS faz falta a Portugal e que V.Exas fazem falta ao CDS, é nas vossas e nossas diferenças que se fez e faz a história do nosso partido, sendo todas elas naturais e fundamentais na identidade, dinâmica e vida do CDS”, escreve Francisco Mota.

Apontando que “os partidos políticos e as suas lideranças parecem atravessar um longo processo de declínio”, o líder da JP, que é também vogal da Comissão Política Nacional do CDS, defende que “uma verdadeira regeneração dispensa quem se pretender limitar a gerir um declínio” e salienta que “o tempo não é de gestores, mas de líderes”.

Na sua ótica, o CDS precisa de “resgatar a paixão política de outros tempos”, unir-se “por um projeto de sociedade que mereça ser defendido” e ainda “combater o mediatismo vazio e a obsessão pela popularidade virtual”.

“Por mais que este desafio seja difícil, sobretudo para o CDS, a braços com desafios bem diferentes de outros tempos, temos todos que fazer por voltar a ser uma esperança para os portugueses”, desafia, advogando que “as dificuldades se podem igualmente transformar em oportunidades”.

Lembrando que “o partido entendeu dar uma oportunidade de chefia a um dos mais jovens líderes europeus”, Francisco Rodrigues dos Santos, eleito em congresso no final de janeiro, Francisco Mota aponta que “esta circunstância poderá despertar uma liderança carismática, mobilizadora, com fibra e capacidade de apontar um caminho de futuro”.

“Mas por mais natural que sejam as renovações geracionais, estas jamais poderão significar fossos geracionais de novos contra velhos ou de velhos contra novos. Bem pelo contrário, a energia da juventude precisa da ponderação da experiência, a cooperação intergeracional é essencial para o sucesso de qualquer empreendimento”, salienta, numa altura em que a atual direção tem sido alvo de críticas internas.

E vai mais longe: “Com as diferenças como foco de fulgor intelectual, sem guerrilhas e divisionismos, estou cerro que seremos capazes de, à mesma mesa, recuperar e afirmar o CDS – Partido Popular”, insistindo que “o partido precisa da presença de personalidades como as de V.Exas., cuja experiência e intelecto são armas indispensáveis ao sucesso presente e futuro”.

O presidente da JP aproveita também para convidar os antigos presidentes, o atual presidente, o líder do grupo parlamentar e o eurodeputado para um “jantar/reflexão promovido pela Juventude Popular sobre o futuro da direita e do CDS”, marcado para 07 de novembro, em Ourém, ocasião onde será também assinalado o aniversário daquela estrutura de jovens.

Considerando que o CDS “necessita de reconstruir a voz da direita em Portugal”, Francisco Mota defende que o partido “não deve ter medo de assumir as suas derrotas, desde que a partir delas retire as devidas consequências”.

“Com inteligência, ponderação, ousadia e união saberá o CDS-PP continuar a ser um perene baluarte da liberdade dos portugueses e um partido com uma certa ideia de Portugal”, sublinha.