“Peço que tomem todas as medidas necessárias para evitar que [o Grupo] Wagner se separe das principais forças do exército russo, o que terá consequências negativas para a operação militar especial russa” na Ucrânia, escreveu Prigozhin, numa carta dirigida ao ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, e publicada na sua conta na plataforma Telegram.

O líder do grupo mercenário alega que os seus paramilitares “controlam 70% de Bakhmut e continuam a ofensiva até à sua total libertação”, mas tem indicações de que entre finais de março e princípio de abril as forças ucranianas têm planos de desencadear “uma ampla ofensiva para quebrar os flancos” e separar os seus homens dos efetivos do exército de Moscovo.

Na missiva, Prigozhin apontou que “os planos do inimigo e as propostas para combatê-los estão num anexo de acesso limitado”.

O líder do Grupo Wagner tem repetidamente criticado o Ministério da Defesa e o Estado-Maior do exército da Rússia por não apoiarem o seu grupo com munições e armas nesta frente de combate.

A cidade de Bakhmut e arredores têm sido palco de violentos confrontos há mais de sete meses, na batalha mais longa desde o início da guerra na Ucrânia, com elevadas baixas para ambos os lados.

Apesar de analistas discutirem o valor estratégico de Bakhmut, as forças russas consideram-na importante para progredir para Kramatorsk e Sloviansk e controlar a província de Donetsk, enquanto as forças ucranianas parecem apostadas numa campanha de desgaste.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.317 civis mortos e 13.892 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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