Pablo Iglesias indicou algumas propostas “à portuguesa” que poderiam avançar no caso de a moção de censura que está a ser discutida no parlamento espanhol ser bem-sucedida e de ser nomeado presidente do Governo, o que se sabe que não vai ser possível porque não tem os votos necessários para que isso aconteça.

O líder do partido de extrema-esquerda Podemos defendeu uma alteração das políticas económicas de Espanha que possibilitem transformar o modelo económico, potenciar o emprego de qualidade e sanar a fratura social.

A moção de censura não tem qualquer possibilidade de ser aprovada, visto que apenas é apoiada pela coligação Unidos Podemos (terceiro força política mais votado nas eleições legislativas) e por pequenos partidos independentistas da Catalunha e do País Basco.

O Partido Popular (direita) e o Cidadãos (centro) irão votar contra e o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) já anunciou a sua abstenção.

Pablo Iglesias propôs “cinco vetores de mudanças”, como um plano energético, que inclui o encerramento de todas as centrais nucleares até 2024, uma política industrial ativa, um novo estatuto para os trabalhadores, que derrogue as últimas reformas do mercado do trabalho, uma subida do trabalho mínimo até alcançar os 950 euros no final da legislatura e uma mudança do modelo social.

Noutra parte do debate com Mariano Rajoy referiu outras medidas tomadas por Portugal no setor bancário como exemplo contra as políticas avançadas pelo Governo espanhol.

Por seu lado, Mariano Rajoy contrapôs que nem Pablo Iglesias merece a “honra” de ser chefe do executivo, nem Espanha merece esse “castigo”.

A moção de censura será votada na quarta-feira depois da intervenção de todos os partidos.