Segundo o porta-voz dos CFL, António Osório, citado no Jornal de Angola, os trabalhos em curso, além da própria linha, que parte da estação do Bungo, envolvem a construção de seis novas gares e de novas oficinas, estas situadas em Catete, a nordeste de Luanda.
António Osório indicou que os CFL vão pôr novos comboios para a linha a inaugurar que serão “um pouco diferentes” das já existentes.
“As novas locomotivas terão uma configuração diferente das atuais, por serem modernas, ligeiras e velozes e transportam um maior número de pessoas”, referiu.
O programa de modernização dos CFL visa melhorar algumas oficinas gerais no bairro do Cazenga, na colocação de novos equipamentos e outros materiais que vão beneficiar e otimizar o setor.
Sobre a conclusão de obras, Augusto Osório lamentou o facto de a construtora não estar a cumprir com o prazo previamente estabelecido, por também se ter ressentido da crise económica e financeira que o país atravessa.
“Se tudo correr bem, penso que até março de 2019 ficam concluídas as obras”, afirmou.
O novo aeroporto internacional de Luanda, conhecido pela sigla NAIL, situa-se em Viana, 40 quilómetros a sudeste da capital angolana, estando previsto que, se os prazos forem cumpridos, que esteja operacional em 2020.
O NAIL constituirá um dos maiores aeroportos de África, com capacidade para 15 milhões de passageiros/ano, um volume de mercadorias de 50 mil toneladas/ano e ocupando uma área de 1.324 hectares.
Tem duas pistas duplas e está dimensionado para receber aeronaves do tipo B747 e A380 – atualmente o maior avião comercial. Contempla ainda a construção de raiz de uma cidade aeroportuária que cobrirá uma área de construção de 75 quilómetros quadrados.
Por outro lado, o programa de modernização dos Caminhos-de-Ferro, sob responsabilidade do Ministério dos Transportes angolano, tem o acompanhamento do CFL, enquanto beneficiário, salientou António Osório.
O porta-voz do CFL disse, por outro lado, que na capital os que mais fazem uso regular do Caminho-de-Ferro de Luanda são maioritariamente funcionários públicos e privados, estudantes, comerciantes e, sobretudo, pessoas que fazem o transporte de mercadoria de Luanda para os outros municípios e vice-versa.
Nos serviços de médio e longo curso, como a ligação de Luanda a Malanje, Ndalatando, Dondo e para o resto do interior do país, são normalmente transportados bens industriais, entre produtos do campo e outros ligados à pesca e à caça.
António Osório reconheceu que, atualmente, os CFL são uma empresa deficitária, pois não tem contribuído, “como devia ser”, para os cofres do Estado, alertando para a necessidade de a empresa necessitar de mais investimentos.
Segundo o porta-voz, os CFL têm enfrentado “um grande desafio”, sobretudo com os acidentes que se têm registado ao longo da linha férrea.
Explicou que mesmo com a construção de um muro de vedação para evitar acidentes, infelizmente, o espaço tem sido invadido, criando grandes constrangimentos.
António Osório indicou que, em média, por semana, estão a ser registados entre três a quatro atropelamentos, o que lamentou, assegurando, porém, que a colisão entre comboios e automóveis diminuiu consideravelmente.
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