A visita do chefe de Estado brasileiro foi confirmada pelo porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, através da rede social Twitter, depois de vários órgãos internacionais terem avançado a mesma informação no mês passado. A nota da porta-voz foi publicada em português e inglês.
Questionada então pela agência Lusa, a diplomacia chinesa disse apenas que aguardava a visita de Lula da Silva o “mais cedo possível” e lembrou que o presidente do Brasil é um "velho amigo" do povo chinês.
Durante os primeiros dois mandatos de Lula da Silva, entre 2003 e 2011, a relação comercial e política entre Brasil e China intensificou-se, marcada, em particular, pela constituição do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul.
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de 9 mil milhões de dólares (8,43 mil milhões de euros), em 2004, para 135 mil milhões (126,5 mil milhões de euros), em 2021.
Nos últimos anos, a participação da China nas exportações do Brasil superou os 30%, face à procura do país asiático por matérias-primas, sobretudo soja e minério de ferro.
Entre 2007 e 2020, a China investiu, no total, 66 mil milhões de dólares (61,8 mil milhões de euros) no Brasil.
A relação entre Pequim e Brasília arrefeceu, no entanto, durante o mandato de Bolsonaro, que assumiu o poder com a promessa de reformular a política externa brasileira, com uma reaproximação aos Estados Unidos, e pondo em causa décadas de aliança com o mundo emergente.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil Ernesto Araújo, que foi entretanto substituído, adotou mesmo uma retórica hostil face à China.
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