Na sequência de uma notícia divulgada na terça-feira, Eduardo Cabrita “determinou à Direção Nacional da PSP que preste esclarecimentos sobre essa ocorrência e os procedimentos adotados”, indica um comunicado hoje divulgado pelo Ministério da Administração Interna.
A 23 de maio, no âmbito de um protesto do coletivo Climáximo contra a poluição atmosférica causada pelos aviões, a PSP deteve 26 pessoas, entre os 17 e os 28 anos, por ações que obrigaram ao corte do trânsito na Rotunda do Relógio, em Lisboa.
A 02 de junho o coletivo Climáximo explicou que o grupo de 26 pessoas teve de esperar “largas horas na esquadra”, sem receber explicações, e foi alvo de “tratamento diferenciado” pela polícia “com o processo de revista injustificado dos corpos do grupo” tendo em conta a infração de que tinham sido acusados.
“Enquanto o grupo masculino experienciou uma mera revista superficial, que se expressou no tateamento por cima da sua roupa, as mulheres foram forçadas à nudez (nalguns casos, sem roupa interior), tendo algumas que se agachar de seguida para provar que não constituíam uma ameaça. Algumas mulheres foram, inclusive, intimidadas verbalmente, quando já se encontravam numa situação de extrema vulnerabilidade, o que se afigura inaceitável”, denunciou então o Climáximo.
Na terça-feira o Climáximo anunciou que, com sete coletivos feministas e as 26 pessoas então detidas, ia apresentar uma queixa-crime no Ministério Público, pelas “revistas abusivas” da PSP a ativistas do movimento.
Num comunicado, os ativistas diziam que foi decidido apresentar a queixa-crime pelos comportamentos da PSP na esquadra dos Olivais e perante a reação do Comando Metropolitano de Lisboa, que considerou as acusações dos jovens “absurdas”, e perante a resposta do comandante da esquadra dos Olivais a um requerimento sobre o mesmo assunto, negando a ocorrência de qualquer tipo de incumprimento por parte da polícia.
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