A retirada destes cidadãos, no total de 411, foi a primeira desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro.
“Às 16h30 (14h30 GMT), 76 palestinianos feridos a bordo de ambulâncias e 335 pessoas com passaporte estrangeiro a bordo de seis autocarros atravessaram” o posto fronteiriço de Rafah, a única abertura ao mundo do pequeno território de Gaza que não está nas mãos de Israel, disse um responsável dos serviços de segurança egípcios no local, contactado por telefone pela agência de notícias AFP, em Ismaília, no nordeste do Egito.
A mesma fonte disse que “o terminal de Rafah será aberto novamente na quinta-feira para permitir a passagem de mais estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade”.
Autoridades em serviço nos terminais palestinianos e egípcios indicaram esta manhã que quase 90 palestinianos feridos e cerca de 545 cidadãos com dupla nacionalidade e estrangeiros deveriam deixar Gaza esta quarta-feira.
Entre os estrangeiros que foram retirados de Gaza estão cidadãos com nacionalidade americana, italiana e francesa.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou que cidadãos americanos estavam entre as pessoas retiradas esta quarta-feira da Faixa de Gaza e afirmou que “antecipa outras saídas nos próximos dias”, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Na terça-feira, perante o congresso americano, o secretário de Estado, Antony Blinken, estimou que “cerca de 1.000” cidadãos americanos e familiares estavam a tentar ser retirados de Gaza, referindo que 400 têm nacionalidade americana e os restantes não.
Sobre a retirada de cidadãos esta quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Itália, Antonio Tajani, disse que já falou com “os primeiros quatro italianos a deixar a Faixa de Gaza”.
“Eles estão cansados, mas de boa saúde, estão a ser assistidos pelo consulado italiano no Cairo (capital do Egito). Continuamos a trabalhar para tirar todos os outros”, adiantou Antonio Tajani, na rede social X.
Um primeiro grupo de cinco cidadãos franceses também está entre os cidadãos retirados de Gaza, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de França.
“Continuamos os nossos esforços para que todos os nossos compatriotas, os nossos agentes e as suas famílias que o desejem possam sair de Gaza o mais rapidamente possível”, indicaram as autoridades francesas, especificando que cerca de 50 cidadãos franceses e as suas famílias estavam preocupados.
O grupo islamita do Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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