Segundo Fernando Carvalho, que preside também aos Bombeiros Voluntários de Serpins (Lousã), somente cinco das 21 corporações de voluntários estão a reportar ocorrências ao CDOS.

"Mantém-se todo o dispositivo no terreno, não há problema nenhum em termos de segurança, de socorro ou proteção. O que há é uma decisão pura e simplesmente administrativa e não comunicamos as ocorrências", esclareceu.

O presidente da Federação Distrital de Bombeiros salientou ainda que a decisão da Liga Portuguesa de Bombeiros de não comunicar as ocorrências foi "tomada sem prazo" de vigência.

Contactado pela agência Lusa, o Comandante Distrital de Intervenção e Socorro, Carlos Luís Tavares, disse que 50% das corporações estão a fazer reportes "sem qualquer tipo de constrangimento".

Apesar de não entrar em detalhes sobre a situação, Carlos Luís Tavares salientou que não houve até ao momento nenhuma ocorrência que tivesse problemas com o socorro.

Além das 21 corporações de bombeiros voluntários, no distrito existem ainda uma companhia de sapadores (Coimbra) e duas de municipais (Figueira da Foz e Lousã).

A ausência de reporte de informação desde as 00:00 de domingo é uma das medidas de protesto da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) contra a proposta do Governo para a nova lei orgânica.

Uma das novidades contestadas é a área de atuação dos CDOS deixar de corresponder aos distritos e passar a ter a abrangência das comunidades intermunicipais.

A LPB reivindica uma direção de bombeiros autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro.

A Liga dos Bombeiros Portugueses tem, no total, 470 associados, distribuídos por corporações de voluntários (435), municipais (19), privativos (nove), batalhão de sapadores bombeiros (um), companhias de sapadores bombeiros (cinco) e regimento de sapadores bombeiros (um) distribuídos por todos os distritos do Continente e Ilhas.

O presidente da Liga, Jaime Marta Soares, garantiu, no domingo, que a ausência de reporte à Proteção Civil não compromete o socorro à população.

A mesma garantia foi dada pela Proteção Civil, enquanto o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, criticou a atuação dos bombeiros, disse que a decisão compromete a coordenação de meios e pode pôr em causa a segurança das pessoas.