A medida — aplicada ao metro e autocarros — entrará em vigor nos próximos dois ou três meses e aproximadamente 850 mil mulheres serão beneficiadas, não tendo sido ainda aprovada pelo governo.

O chefe do Executivo da capital, Arvind Kejriwal, afirmou que serão gastos por volta de 115 milhões de dólares (aproximadamente 102 milhões de euros) por ano, mas espera que a medida permita melhorar a segurança na capital. O governo regional prevê instalar ainda 150 mil câmaras de vigilância em toda a cidade, explicou Kejriwal.

"As mulheres vão poder viajar gratuitamente e isso deve contribuir para a sua segurança", disse Kejriwal em conferência de imprensa. Segundo a Monocle, a medida assenta na segurança em números: se mais mulheres viajarem juntas nos transportes públicos, os casos de violência e abuso vão diminuir.

Além disso, esta medida reduz ainda o número de pessoas que andam pelas ruas — que se tinha agravado depois do aumento dos bilhetes do metro. Agora, os transportes começam a ser acessíveis a um maior número de pessoas, embora não se resolva a totalidade do problema que a cidade enfrenta.

Segundo o Indian Express, as mulheres que assim o entenderem podem continuar a comprar bilhetes, sendo até incentivado a que o façam se puderem. A medida não será, portanto, imposta a ninguém.

Contudo, a medida apresentada por Kejriwal não foi consensual. Segundo a BBC, Dinesh Mohan, especialista em transportes do Instituto Indiano de Tecnologia em Nova Deli, tornar o transporte público gratuito não resolveria o problema.

"É preciso pensar em todos os caminhos [percorridos pelas mulheres] e não apenas no metro — é necessário ter em conta o quão seguras ou inseguras são as ruas e como é o percurso para a estação de metro. Então, se a ideia é aumentar a segurança para as mulheres, essa experiência tem de ser contínua. A segurança não pode começar e terminar na estação de metro", ressalvou.

Com cerca de 20 milhões de habitantes, Nova Deli é uma das cidades indianas que registam maior número de violações. Em 2012, o caso de violação coletiva e assassinato de uma estudante num autocarro provocou protestos em massa.

Após este caso, o governo indiano endureceu a lei contra as agressões sexuais após a violação coletiva, que pode ser punida com, no mínimo, 20 anos de prisão e uma multa, podendo chegar a pena de prisão perpétua.