“Vamos esperar para ver. Há passos que estão a ser dados e vão ser dados até ao dia 12, depois até à votação na generalidade e à votação final global. Penso que o bom senso vai prevalecer”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, antes de um jantar com empresários de Fátima, no concelho de Ourém, distrito de Santarém.
O primeiro-ministro disse hoje que “já chega” a Portugal que haja crise sanitária gerada pela covid-19 para também ter uma crise política relacionada com o Orçamento do Estado para 2021, adiantando que as negociações decorrem “no bom sentido”.
“Já nos chega a crise sanitária, mais a crise económica, mais a crise social, para que haja uma crise política a acrescentar a isto tudo”, declarou António Costa, falando aos jornalistas após se ter reunido com membros da Comissão Europeia, em Bruxelas.
“E, pelo contrário, o país precisa de ter um Governo e instrumentos financeiros que sejam capazes de responder a esta crise” gerada pela pandemia, defendeu.
Questionado pela imprensa se nesses encontros bilaterais foi abordado um eventual receio de Bruxelas de crise política em Portugal devido à recessão económica, como aconteceu em 2011, o chefe de Governo português disse não ter sentido “essa preocupação”.
“Acho que, relativamente à preparação do orçamento, as negociações [com os partidos] que têm estado a existir não estão concluídas, mas têm estado a correr no bom sentido e num esforço comum para que haja entendimento relativamente à viabilização do orçamento”, acrescentou António Costa.
Acresce que “essa é uma matéria que é pacificamente entendida por toda a gente”, apontou.
“Não se trata só dos assuntos da Europa, trata-se também de gerirmos os nossos próprios recursos e, portanto, não estarmos numa situação tão crítica como esta de mãos atadas ou enfraquecidos nesta gestão, isso não faria qualquer sentido”, adiantou António Costa aos jornalistas.
Já a coordenadora do BE pediu hoje ao Governo “mais concretização” nas negociações para o próximo Orçamento do Estado e menos “jogo político”, considerando que será o executivo a “falhar ao país” se faltarem respostas para os problemas das pessoas.
E à pergunta se o BE não receia ficar com o ónus de uma eventual crise política, a líder do BE disse que o único receio que tem é que “não seja possível construir uma solução que responda às pessoas”.
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