Marcelo Rebelo de Sousa deixou estas mensagens numa intervenção de vinte minutos na sede da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, após uma visita a estas instalações, fechada à comunicação social.

O chefe de Estado congratulou-se com “a compreensão da necessidade de mais meios nesta instituição como noutras encarregadas da investigação em matéria criminal” por parte do Governo e realçou que “cerca de 220 novos efetivos estarão ao serviço de Portugal nesta instituição até ao fim do próximo ano”.

No final do seu discurso, declarou “o seu apoio inequívoco e incondicional” à PJ, referindo saber que “a vida é feita de sucessos e também de insucessos” e acrescentando que “esse apoio não pode depender de humores pessoais, circunstâncias conjunturais, porque é o apoio de quem representa todos os portugueses”.

“Não é um apoio pessoal, é um apoio institucional”, frisou.

Perante dezenas de dirigentes e funcionários da PJ, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “é a sociedade portuguesa que exige que se seja implacável no combate à criminalidade, sem exceções”.

“Ninguém está acima da Constituição e da lei, rigorosamente ninguém – mais poderosos, menos poderosos, no poder político, como no poder económico, como no poder social”, reforçou, acrescentando: “Isto exige uma devoção vossa constante, vossa e de outras instituições”.

O Presidente da República considerou depois que “é ingrata a missão” da PJ, não só “porque a criminalidade é cada vez mais sofisticada”, mas também “porque o escrutínio público é cada vez mais elevado, e é bom que assim seja, em democracia”.

“Há uma impaciência cívica, que quer resultados rápidos, eficientes – seguros, competentes mas rápidos”, alertou Marcelo Rebelo de Sousa, concluindo: “Compatibilizar essas várias componentes não é fácil. Por isso vos agradeço esta vossa dedicação”.

À saída da sede da PJ, em resposta aos jornalistas, o chefe de Estado disse que “estava a falar em impaciência cívica dos cidadãos em relação à investigação criminal”.

“Às vezes, com o que há de criminalidade, todos os dias, e cada vez mais sofisticada, desde o momento em que é noticiada uma nova situação, cria-se uma expectativa da investigação imediata e de resultados imediatos da investigação. Isso é uma pressão temporal enorme sobre as instituições de investigação, era disso que eu queria falar”, adiantou, tendo ao seu lado o diretor nacional da PJ, Luís Neves.