Em Guimarães, a discursar no início do banquete que ofereceu aos reis de Espanha, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu não ser um "observador passivo" no aprofundamento das relações entre Portugal e Espanha, consubstanciadas nos "valores ímpares das trocas comerciais e dos investimentos" entre outros fatores.
O chefe de Estado português lembrou ainda o papel que Portugal e Espanha tiveram na História ao darem "novos mundos ao mundo", "globalizando cinco séculos antes da globalização dos nossos dias", nos séculos XV e XVI.
"Excelente é o estado atual das relações entre Portugal e Espanha. Dialogamos em permanência a todos os níveis, entre instituições e governos, na economia, na investigação científica e académica, entre sociedade civis que cada vez mais se conhecem, se relacionam e criam laços de uma afetividade genuína e intensa", classificou, deixando, ainda assim, um aviso.
"Apesar das relações entre Portugal e Espanha serem já excelentes a todos os níveis, fruto do contributo que os nossos governos e os nossos povos dão diariamente para que assim seja, ainda assim, queremos mais e melhor", afirmou.
Para atingir aquele objetivo de ter "mais e melhor", o Presidente deixou a Filipe VI uma garantia: "Conto não me remeter apenas ao papel de observador passivo, dando também um contributo próprio e constante para o fortalecimento do relacionamento bilateral não assente apenas nos afetos, mas numa base de interesses conjuntos", explicou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, os dois países "foram e são pontes entre os demais continentes, plataformas de cultura, de economia, sociedade, paz de vocação universal", que partilham valores.
"Estados que, como vossa magestade há dias tão impressivamente sublinhou, acreditam na democracia, amam a liberdade, promovem a igualdade, repudiam a corrupção e acima de tudo defendem valores éticos na politicam na economia e na sociedade", apontou.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou ainda a unidade entre Portugal e Espanha demonstrada recentemente na eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU: "Convergimos politicamente na Europa, um Europa mais forte, capaz de superar xenofobias, populismo e egoísmo sem futuro, no universo ibero-americano e em todo o mundo, como ainda há meses se comprovou na eleição de António Guterres para as Nações Unidas", referiu.
O Presidente terminou com um brinde no qual desejou um futuro "próspero e ambicioso" para portugueses e espanhóis.
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