Na mensagem divulgada em texto e vídeo no portal da Presidência da República na Internet, que o chefe de Estado tinha anunciado na terça-feira em entrevista à RTP, Marcelo Rebelo de Sousa não faz qualquer referência à morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk em março, nas instalações do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa.
“Em nome de Portugal e de todo o povo português, quero desejar um feliz Ano Novo à Ucrânia e a todo o povo ucraniano, assim correspondendo ao convite amigo do Presidente Zelensky, e agradecendo o contributo da numerosa e importante comunidade ucraniana para o desenvolvimento económico e social de Portugal”, refere.
O Presidente da República manifesta ainda a certeza de que “Portugal e os portugueses farão o que estiver ao seu alcance” para que se alcance, no futuro, uma “ainda maior proximidade na Europa” entre os dois povos.
Na entrevista à RTP e questionado sobre o caso a morte do cidadão ucraniano, o chefe de Estado recusou responder se o ministro Administração Interna, Eduardo Cabrita, ficou com a sua autoridade diminuída, dizendo tratar-se de “comentário político”, mas disse querer dar “uma notícia”.
“O Presidente da Ucrânia, com quem vou falar amanhã [hoje], quer que eu envie uma mensagem de feliz Ano Novo para a Ucrânia, que eu vou gravar amanhã ou depois de amanhã”, disse.
Questionado se as palavras que usou sobre a necessidade de mudar de protagonistas após a morte de Ihor Homenyuk eram um convite à saída do ministro, Marcelo Rebelo de Sousa recusou essa interpretação.
“Não se aplica ao ministro, falei na administração pública, e tive o cuidado de dizer: se se apurar que não é um caso isolado”, referiu.
Ihor Homeniuk terá sido vítima das violentas agressões de três inspetores do SEF, acusados de homicídio qualificado, com a alegada cumplicidade ou encobrimento de outros 12 inspetores. O julgamento deste caso terá início em 20 de janeiro.
Nove meses depois do alegado homicídio, a diretora do SEF, Cristina Gatões, demitiu-se, após alguns partidos da oposição terem exigido consequências políticas deste caso, tendo o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considerado que esta "fez bem em entender dever cessar funções" e que não teria condições para liderar o processo de restruturação do organismo.
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