Marcelo Rebelo de Sousa falava no Palácio de Belém, em Lisboa, numa sessão de apresentação de cumprimentos de boas festas por parte da Assembleia da República, em que estiveram representantes de todos os partidos com assento parlamentar, exceto o deputado único do Chega, André Ventura.
A deputada do Livre, Joacine Katar Moreira, chegou atrasada e entrou na Sala dos Embaixadores precisamente quando o chefe de Estado assinalava o "aumento de representantes de diversas forças políticas na composição da Assembleia da República" nesta legislatura.
"É um facto, e que mostra a sabedoria do povo português. O povo português, em várias circunstâncias - e estive a recapitular isso em termos de história constitucional - foi encontrando maneira de exprimir, através de novas formações políticas, aquilo que enriquecia o quadro das principais formações político-constitucionais que vêm dos primórdios da democracia", considerou.
O Presidente da República referiu que isso aconteceu "logo na Constituinte com a ADIM, de Macau, também com a UDP, durante legislaturas com o MDP/CDE, mais tarde com o PPM, de um lado, mas também com a UEDS e com a ASDI, de outro lado" e "mais tarde com o PRD" e "com associações integradas em coligações, como a Intervenção Democrática".
"Isto é, em vários momentos da vivência da nossa democracia, a juntar às formações que faziam parte da matriz originária, houve outras, que se transformaram - o caso da UDP, que veio a incorporar-se no que é hoje o Bloco de Esquerda -, cumpriram uma missão muito importante e ou permaneceram ou obrigaram o sistema político-partidário a mudar alguma coisa e o parlamento a mudar também", acrescentou.
Neste momento, soou um relógio de sala, e Marcelo Rebelo de Sousa concluiu: "Portanto, isto significa que os portugueses querem dizer que o nosso sistema tem uma grande plasticidade, acrescentando novas formações políticas em momentos cruciais ou em momentos diferentes destas décadas de democracia".
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