Marcelo Rebelo de Sousa desejara no parlamento “que os próximos cinco anos possam ser mais razão de esperança do que de desilusão (...), um ano decorrido sobre tanto luto, tanto sacrifício, tanta solidão" e rejeitou o "mito do português puro", desejando “convergência no regime e alternativa de governação”, além de "estabilidade sem pântano".

Já reempossado, o chefe de Estado entrou na viatura oficial, uma berlina cinzenta topo de gama de marca alemã com o padrão oficial verde da Presidência da República, rumo ao Mosteiro dos Jerónimos, com  escolta de honra motorizada pela Unidade de Segurança e onde o esperavam honras de Estado, a cavalo, também da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Pelas 12:08, os túmulos do poeta Luís de Camões e do navegador Vasco da Gama receberam coroas de flores por parte do constitucionalista e ex-comentador político, de 72 anos, que ajeitou as fitas simbolicamente, seguindo-se uma “Homenagem aos Mortos em Defesa da Pátria”, cumprindo-se um minuto de silêncio.

"Uma pátria são, acima de tudo, as pessoas e nela cada pessoa conta, diversa, diferente, irrepetível", dissera ainda no hemiciclo do Palácio de São Bento.

Escassos oito minutos depois, Rebelo de Sousa, voltava à viatura oficial e, desta feita escoltado pela cavalaria da GNR, dirigiu-se à praça Afonso de Albuquerque, em frente ao Palácio de Belém, com o último troço efetuado a pé, na companhia do novo chefe da Casa Militar, vice-almirante Luís Luís Sousa Pereira, ouvindo-se algumas salvas de palmas de populares.

Novas honras militares do Esquadrão Presidencial, “A Portugesa” tocada e entoada pela quinta vez desde a chegada à Assembleia da República, e revista à guarda de honra até que, às 12:30, com um desvio para ser fotografado por cidadãs que estavam a assistir ao cerimonial, o Presidente reentrou na residência oficial.

Em direção ao Pátio dos Bichos, pela rampa, Rebelo de Sousa recebeu o toque de entrada interpretado pelos charmeleiros do Esquadrão Presidencial e foi ao encontro do chefe da Casa Civil, Fernando Frutuoso de Melo, acompanhado também pela chefe do protocolo de Estado, embaixadora Clara Nunes dos Santos.

Já na Sala das Bicas, o chefe de Estado recebeu das mãos do secretário-geral das Ordens Honoríficas Portuguesas, Arnaldo Pereira Coutinho, as insígnias da “Banda das Três Ordens”.

Marcelo parte em seguida para o Porto, onde tem encontro agendado com o autarca Rui Moreira, pelas 14:30, seguindo-se uma cerimónia ecuménica com representantes de várias confissões religiosas, no Salão Nobre da Câmara Municipal portuense.

Está ainda prevista uma visita ao Centro Cultural Islâmico do Porto.

“Sou o mesmo de há cinco anos, sou o mesmo de ontem, nos mesmos exatos termos eleito e reeleito para ser Presidente de todos vós, com independência, espírito de compromisso e estabilidade, proximidade, afeto, preferência pelos excluídos, honestidade, convergência no essencial, alternativa entre duas áreas fortes, sustentáveis e credíveis, rejeição de messianismos presidenciais, no exercício de poder ou na antecipada nostalgia do termo desse exercício", afirmou ainda na AR.

No sufrágio de há 45 dias (24 de janeiro), Rebelo de Sousa obteve um total de 2.531.692 votos (60,66%) no universo de 4.258.356 votantes dos 10.847.434 cidadãos eleitores inscritos. A abstenção saldou-se em 60,74%, o valor mais alto de sempre em Presidenciais.

A ex-eurodeputada Ana Gomes ficou na segunda posição, com 540.823 votos (12,96%), seguida do deputado único do partido da extrema-direita parlamentar, Chega, André Ventura, com 497.746 (11,93%).