De acordo com o mais recente boletim da Comissão Nacional das Primárias (CNP), divulgado na segunda-feira, a engenheira industrial, que era tida como favorita nas primárias da oposição, tem quase 1,5 milhões de votos.

Em segundo lugar, mas com apenas 70.819 votos, 4,45% do total, segue o também antigo deputado Carlos Prosperi. Nenhum dos outros oito candidatos conseguiu mais de 0,7%, incluindo a juíza independente luso-venezuelana Glória Pinho (0,09%).

Neste segundo balanço, a CNP não anunciou um valor total de participação, embora estimativas independentes assegurem que perto de dois milhões de venezuelanos foram às urnas no domingo.

Maria Corina Machado, com raízes portuguesas, garantiu no domingo que se esgotaram os três milhões de boletins de voto que tinham sido impressos para a eleição.

O início da divulgação dos resultados preliminares sofreu um atraso, que o CNP atribuiu a um bloqueio dos servidores, lamentou o presidente deste órgão, Jesús María Casal.

Depois de conhecidos os primeiros resultados, a Presidência da Venezuela acusou a oposição de “inflacionar os números” de participação e garantiu que, segundo os seus próprios cálculos, que foram “verificados e confirmados”, cerca de 600 mil pessoas votaram nas primárias.

A participação dos venezuelanos nas primárias da oposição superou as expectativas, “tanto em termos logísticos como em termos de participação dos cidadãos”, disse no domingo Maria Corina Machado.

No sábado, em declarações à Lusa, Maria Corina Machado, apelido que herdou “de uma família de Portugal, com já vários séculos na Venezuela”, elogiou o exemplo de ética, trabalho e generosidade dos luso-venezuelanos no país.

Em 30 de junho o fiscalizador das finanças das instituições públicas da Venezuela, a CGR, anunciou que a antiga deputada está impedida de exercer cargos públicos por um período de 15 anos.

A decisão foi divulgada depois de Machado formalizar a sua candidatura às primárias da oposição.

A CGR explicou que foi feita uma auditoria patrimonial encontrando-se que, ao abrigo da Lei Contra a Corrupção, Machado teria incorrido em “atos, factos, omissões e irregularidades” que “atentam contra a ética pública, a moral administrativa, o estado de direito, a paz e a soberania” da Venezuela.

O fiscalizador acrescentou que houve omissão nas declarações de 50% dos fundos que Machado administrou em vários bancos nacionais em bolívares e em moeda estrangeira.

Machado disse na altura que a decisão da CGR tinha motivações políticas.