Pelas 12:40, no Campo Grande, à porta da casa de Mário Soares, que morreu no sábado, aos 92 anos, o ambiente era calmo, e no chão estavam três ramos de flores, várias rosas vermelhas e um vaso com uma planta, "estrela de Natal", que existe apenas nesta época do ano.

Numa dedicatória lia-se: “Coragem, democracia, liberdade. Obrigado por tudo”.

No local, além de dois polícias encontravam-se várias equipas de estações de televisão.

Mário Soares morreu no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.

O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos a partir das 13:00 de segunda-feira, e o funeral de Estado realiza-se a partir das 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.