“O condutor continua desaparecido, as operações estão em curso”, começou por explicar Patrícia Gaspar, que falava aos jornalistas após a reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Oeiras, distrito de Lisboa.
Segundo a secretária de Estado, trata-se de uma “operação muito complexa, que exige muitos cuidados em termos de segurança para os operacionais” que se encontram a fazer as busca na localidade de Ribolhos, no distrito de Viseu.
Patrícia Gaspar adiantou ainda que a zona é “muito escarpada” e o rio “tem uma corrente muito forte”, salientando que “neste momento todo o cuidado é pouco”.
“Estão a fazer o melhor que podem para encontrar quer a máquina, quer o condutor que está desaparecido”, sublinhou.
“O trabalho no terreno tem sido absolutamente excecional”, frisou a governante.
No terreno estão cerca de 50 operacionais, incluindo equipas da GNR, dos bombeiros, da força especial da Proteção Civil, das Infraestruturas de Portugal e do INEM, informou Miguel David, comandante distrital da Proteção Civil, num ponto de situação no local cerca das 12h30 desta sexta-feira.
O aluimento de terras em Ribolhos ocorreu cerca das 21:30 de quinta-feira.
A Estrada Nacional (EN) 2 está hoje cortada naquela zona, informou o relações públicas do Comando Territorial de Viseu da Guarda Nacional Republicana (GNR).
"Está cortada a estrada, porque houve um aluimento de terra e, depois, porque no decorrer dos trabalhos de limpeza da via a estrada acabou por ceder provocando a queda da máquina e, consequentemente, do motorista para a linha de água", explicou António Resende à agência Lusa.
Segundo a página oficial do Facebook do Comando Territorial de Viseu da GNR, a EN2 está interrompida entre os quilómetros 138 e 142, ou seja, entre Mós e Ponte Pedrinha, sendo a alternativa a Autoestrada 24 (A24).
De acordo com a mesma fonte, também a EN16, que liga Viseu a São Pedro do Sul, se encontra cortada, ao quilómetro 80, por causa de um desmoronamento na freguesia de Ribafeita, Viseu, e a alternativa é circular pelo interior da localidade de Gumiei.
A EN227 também está cortada devido a uma derrocada ao quilómetro 48, na localidade de Vilarinho, freguesia de Valadares, São Pedro do Sul, no distrito de Viseu. Neste caso a alternativa é a Estrada Municipal (EM) 612.
Há ainda um corte na EN225 ao quilómetro 50, em Castro Daire, por causa da queda de uma árvore, estando a circulação automóvel a ser feita pela EN321, que liga Castro Daire a Cinfães.
A passagem da depressão Elsa, em deslocação de norte para sul, provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou 70 pessoas desalojadas, registando-se até às 9:00 de hoje mais de 6.200 ocorrências.
A secretária de Estado da Administração de Interna enalteceu ainda o trabalho dos mais de “21 mil operacionais” que estão no terreno desde as 15:00 de quarta-feira, lembrando que já se registaram até ao início da manha de hoje “mais de seis mil ocorrências”.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante tarde.
O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro serão as zonas do país mais afetadas, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.
Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.
Contactado pela Lusa, o comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Rui Laranjeira, adiantou que foram acionadas duas equipas de resgate para o local que vão tentar realizar buscas no local para tentar encontrar o ocupante da máquina.
Segundo o comandante Rui Laranjeira, existe também a possibilidade de o condutor da retroescavadora ter caído no rio.
“Neste caso, está já uma equipa de mergulhadores a caminho do distrito de Viseu onde ficará em ‘stand by’ para intervir sexta-feira de manhã caso seja necessário”, disse o comandante ontem à noite, sublinhando que, neste momento, a situação meteorológica não está a facilitar as condições de busca.
(Notícia atualizada às 12h46)
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