“Tudo nos afasta de uma visão do PSD e partidos à direita que veem numa magia fiscal o alfa e ómega de todas as políticas onde para qualquer problema, do aquecimento global ao crescimento económico só há uma receita, que é baixar os impostos”, começou por dizer Fernando Medina, durante o encerramento do debate sobre o Programa de Estabilidade 2022-2026, no parlamento.
O governante deixou também avisos aos partidos à esquerda, defendendo que “só uma economia robusta assegurará finanças públicas saudáveis”.
“Entendemos que não devemos gastar hoje, no ano que teremos um crescimento robusto, aquilo que nos pode faltar amanhã”, acrescentou.
O responsável governativo defendeu que "a margem orçamental que construímos hoje é a margem que nos permitirá com autonomia estratégica, independentemente de derrogações ou não de critérios europeus em 2023, podermos ser mais livres na adoção de uma política orçamental".
"Não ampliamos o esforço. Não jogamos para o brilharete, não ampliamos uma redução da despesa sem nexo", disse o governante, referindo os resultados de 2021 refletem um aumento da despesa pública, mas também um aumento mais robusto do lado da receita, fruto de um crescimento económico mais forte.
“Antevemos um crescimento económico com significado. Manda a prudência que nos precavemos nos tempos que temos crescimento para os tempos que não temos com a mesma dimensão”, afirmou, tendo mais uma vez sublinhado que Portugal registou nos últimos anos, tirando pequeno intervalo da pandemia convergência com as economias mais avançadas da zona euro.
O Parlamento debateu hoje o PE 2022-2026, divulgado em 28 de março, no qual o Governo previa que o Produto Interno Bruto (PIB) avançava 5% este ano, fixando-se 0,8% acima do nível pré-pandemia, e subia 3,3% em 2023, impulsionado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

No entanto, o cenário foi revisto na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), entregue em 13 de abril, com o Governo a projetar uma expansão de 4,9% este ano.