"O Presidente da República falou esta noite com o pai da vítima portuguesa gravemente ferida no ataque em Trèbes, desejando as melhoras e a manifestar a sua solidariedade neste momento difícil", lê-se na mensagem divulgada no sítio da internet do Palácio de Belém.

Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu igualmente, "em nome de todos os portugueses", a sua solidariedade para com o povo francês, ao Presidente da República Francesa, Emmanuele Macron, "especialmente para com as famílias das vítimas de mais este atroz ato terrorista naquele país".

"O Presidente da República sublinha a sua convicção na importância da Europa se manter unida no combate à violência e ao terrorismo", sublinha o Palácio de Belém.

Em declarações à imprensa à margem de uma iniciativa de limpeza florestal em Terras de Bouro, no distrito de Braga, Marcelo lamentou o "estado muito grave" em que se encontra o português que foi vítima do ataque terrorista.

"Por um lado, felizmente não se confirmou que fosse uma vítima mortal [como chegaram a anunciar as autoridades francesas], por outro lado, infelizmente, está num estado muito grave", referiu.

O português que ficou gravemente ferido no ataque de sexta-feira em França encontra-se em coma induzido e com prognóstico reservado, segundo o secretário de Estado das Comunidades, que hoje visitou a família da vítima.

Em declarações à agência Lusa, José Luís Carneiro adiantou ainda que o jovem, natural da zona de Coimbra e com 26 anos, tem uma bala alojada no cérebro.

O governante refere que a vítima está numa unidade de neurocirurgia em coma induzido, devendo assim permanecer durante alguns dias, enquanto são realizados exames e avaliações médicas.

Isto porque a bala está alojada numa zona do cérebro que não permite extração imediata, pelo menos, segundo as informações que foram transmitidas pelos responsáveis hospitalares ao secretário de Estado.

O governante adiantou que está a ser dado à família apoio psicológico, de alimentação e alojamento. Além disso, os serviços consulares estão também a tratar da documentação da família, uma vez que só o pai do jovem estava inscrito nos serviços consulares por residir há mais tempo em França.

A família tem origem na zona de Coimbra e o pai estava há 11 anos a residir em França. O jovem encontra-se a viver no país há cerca de dois anos.

Na sexta-feira ao fim da tarde, o secretário de Estado tinha dado a informação de que um cidadão de nacionalidade portuguesa estava entre os mortos no ataque terrorista, por assim ter sido informado pelas autoridades locais.

A informação errada tinha sido inadvertidamente dada pelos responsáveis de gestão de crise ao vice-cônsul português.

Isto terá ocorrido porque o jovem português tinha os seus documentos de identificação no carro onde seguia com um amigo, um cidadão francês, que acabou por morrer no ataque.

O ataque ocorreu em Carcassonne e Trèbes, no sul de França e provocaram quatro mortos, incluindo o atacante. O atacante sequestrou trabalhadores e clientes num supermercado, afirmando agir em nome do grupo extremista Estado Islâmico.

(Notícia atualizada às 14h44)