Já o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga, Jorge Machado, afirmou hoje que serão "apenas quatro ou cinco".

Em declarações à Lusa, Miguel Costa Gomes, também presidente da Câmara de Barcelos, adiantou que as três corporações daquele concelho estão a reportar a informação ao comando distrital.

"No total do distrito, cerca de 50 por cento das corporações continuam a reportar as informações", sublinhou.

O distrito de Braga tem 19 corporações de bombeiros voluntários, a que se juntam os Sapadores de Braga.

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decidiu, este fim de semana, que as corporações de bombeiros deixam de comunicar ocorrências à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em protesto contra os diplomas sobre as estruturas de comando aprovados pelo Governo.

A Liga reivindica uma direção de bombeiros autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro.

Para Costa Gomes, esta é uma forma de reivindicação "muito perigosa e irresponsável", já que "a prioridade dos bombeiros deve ser a segurança e o bem-estar das populações".

"Se os bombeiros entendem que têm razões para estarem descontentes, que arranjem outras formas de reivindicar", apelou Costa Gomes.

O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Braga, Jorge Machado, disse que apenas quatro ou cinco corporações ainda não aderiram ao boicote e manifestou-se convicto de que "muito em breve" a adesão será "de 100%".

"Estamos, obviamente, solidários com o boicote e acreditamos que as corporações que ainda não aderiram estarão apenas à espera de reunir os respetivos órgãos sociais", acrescentou.

Contactado pela Lusa, o comandante distrital de Operações de Socorro, Hermenegildo Abreu, remeteu informações para a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

Sem confirmar ou desmentir os números da adesão, fonte da ANPC explicou que apenas estão em causa os pedidos de socorro que são feitos diretamente para as corporações e não via 112.

"Os contactos feitos via 112, que são a esmagadora maioria, passam automaticamente pela ANPC. O que se passa agora é que algumas corporações não dão a informação de retorno da ocorrência, o que nos obriga a recorrer a outras fontes, como o INEM, a PSP ou a GNR", acrescentou.

Explicou ainda que esta situação "pode limitar a capacidade de antecipação de qualquer necessidade adicional" para uma determinada ocorrência, uma vez que a ANPC "não tem uma capacidade de monitorização da ocorrência tão concreta".

A Proteção Civil assegurou no domingo que a suspensão da informação operacional por parte dos bombeiros não está a colocar em risco a "resposta pronta e eficaz" no socorro às populações.

A garantia foi dada em conferência de imprensa, na sede da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em Carnaxide, no concelho de Oeiras, pelo comandante do Agrupamento Distrital Centro-Norte, Pedro Nunes.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considerou no domingo que a suspensão da comunicação das ocorrências promovida pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) é ilegal e coloca em causa a segurança das pessoas ao afetar a coordenação de meios de resposta.

Em reação, a LBP, que reclama uma direção nacional autónoma e independente de bombeiros, reiterou que a prestação do socorro não está em risco.