De acordo com partes do despacho de acusação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, a que a agência Lusa teve hoje acesso, Bruno de Carvalho está acusado de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados.

Os mesmos crimes são imputados a Nuno Mendes, líder da claque Juventude Leonina, conhecido por Mustafá, e Bruno Jacinto, que à data dos factos tinha as funções de oficial de ligação do Sporting aos adeptos e que está em prisão preventiva desde 09 de outubro. Mustafá está também acusado de um crime de tráfico de droga.

Bruno de Carvalho e Mustafá foram libertados na quinta-feira pelo juiz de instrução criminal Carlos Delca, do Tribunal do Barreiro, e ficaram sujeitos a apresentação diária às autoridades e ao pagamento de uma caução de 70 mil euros, depois de terem sido detidos no domingo por suspeitas de envolvimento no ataque.

Em 15 de maio, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na academia do clube, em Alcochete, por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos encapuzados, que agrediram alguns jogadores, membros da equipa técnica e outros funcionários.

A GNR deteve no próprio dia 23 pessoas e efetuou, posteriormente, mais detenções, que elevaram para 40 o número de arguidos, dos quais 38 estão em prisão preventiva.

O ataque motivou o pedido de rescisão unilateral de contrato de nove futebolistas, alegando justa causa, alguns dos quais recuaram na decisão e continuam a representar os ‘leões’, e lançou o clube lisboeta em uma das maiores crises institucionais da sua história.

Bruno de Carvalho, que à data dos acontecimentos liderava o Sporting, foi destituído em Assembleia Geral em 23 de junho e impedido de concorrer às eleições do clube de Alvalade, das quais Frederico Varandas saiu como novo presidente.

(Notícia atualizada às 12:10)