Fonte oficial do Ministério do Mar disse à agência Lusa que a ministra do Mar e o secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, reúnem-se hoje pelas 15:00 com as organizações da pesca do cerco de norte a sul do país.
Vão ser transmitidas "em primeira mão" as informações sobre as negociações mantidas até agora entre Portugal e Espanha, depois da reunião de quinta-feira entre as ministras dos dois países para definir os limites de captura e o plano de gestão da pesca da sardinha para 2018.
Na sexta-feira, Ana Paula Vitorino defendeu que os limites de captura de sardinha para Portugal e Espanha para 2018 sejam entre 13,5 e 14 mil toneladas, abaixo da quota estabelecida para 2017, que foi de 17 mil toneladas.
Na terça-feira, em nota de imprensa, a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério da Agricultura e Pesca, Alimentação e Meio Ambiente de Espanha defendeu os mesmos limites de captura.
Os governos dos dois países defenderam que o limite de capturas, situado entre as 13,5 e as 14 mil toneladas, um dos cenários apontados pelo Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), contribui para a redução das capturas, para a reposição do recurso e permite manter a atividade da pesca.
Na quarta-feira, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, disse à Lusa que a pesca da sardinha será proibida em zonas da região Centro e Norte, por serem "áreas importantes para a reprodução da espécie", estando a decorrer reuniões com as comunidades piscatórias para, juntamente com o IPMA, delimitar essas zonas.
No dia 20 de outubro, o ICES recomendou a suspensão da pesca da sardinha em Portugal e Espanha em 2018, mas apontou vários cenários possíveis, que podem ir até às 24.650 toneladas como limite máximo de capturas.
No dia seguinte, a Comissão Europeia informou que não proíbe a pesca da sardinha, mas recomenda às autoridades portuguesas que encarem com seriedade as quebras nos 'stocks' da espécie devidas à sobrepesca e ao aumento da poluição.
Um porta-voz do executivo comunitário reiterou que Bruxelas está consciente da importância socioeconómica e cultural da pesca em Portugal, razão pela qual "está muito preocupada com o estado potencialmente precário da pesca de sardinha ibérica", salientando que "as autoridades têm que levar isto muito a sério".
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