“Porquê a linha Porto/Lisboa? Porque esta é a linha de comboio que muda a face do país. É uma revolução na estrutura do território e no tipo de relações pessoais, familiares e económicas que se podem estabelecer. Também muda completamente a nossa capacidade de afirmação. O país passa a ter uma metrópole de escala europeia com cerca de oito milhões de habitantes”, sustentou Pedro Nuno Santos.

O ministro falava durante a sessão de encerramento da conferência “Portugal Railway Summit 2021”, promovida pela PFP – Plataforma Portuguesa de Cluster Ferroviário no âmbito do Ano Europeu do Transporte Ferroviário e da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).

Para o governante, a ligação ferroviária em alta velocidade entre as duas maiores cidades do país não significa "só reduzir o tempo de viagem entre o Porto e Lisboa para uma 01:15”: “É colocar Leiria a 35 minutos de Lisboa, Coimbra a 35 minutos do Porto, Braga a duas horas de Lisboa. Todo o território que se encontra ao longo da nossa faixa atlântica fica, no máximo, a um par de horas”, disse.

Pedro Nuno Santos defendeu, contudo, que “este não é um investimento só no litoral”, já que “todas as ligações ferroviárias ao interior estão ligadas ao eixo litoral”.

“É por essa razão que estamos, com a IP [Infraestruturas de Portugal], a desenvolver este projeto com vários pontos de ligação à Linha do Norte e à Linha do Oeste. Isto permitirá, por exemplo, que um Intercidades da Guarda para Lisboa possa usar a nova linha a sul de Coimbra e, assim, retirar 40 minutos ao seu tempo de viagem”, precisou.

Sustentando que a ligação Porto/Lisboa “encolhe o país” e é, por isso, “estruturante para a rede ferroviária” nacional, Pedro Nuno Santos assegurou que “ela formará a espinha dorsal da rede ferroviária do futuro” em Portugal.

Para além da criação de um eixo de alta velocidade entre o Porto e Lisboa, estendendo-o depois para norte até à Galiza, o governante apontou como dois outros “eixos fundamentais” do PNI2030 a nível ferroviário “concluir a eletrificação e modernização de toda a rede” e “resolver os estrangulamentos nas áreas metropolitanas”.