“Quem diz que vão ser depositados resíduos numa área protegida não está a falar verdade”, disse o ministro, considerando que a denúncia da associação ambientalista Quercus resulta de “um total desconhecimento”.
Segundo João Pedro Matos Fernandes, que falava aos jornalistas na Barragem de Pego do Altar, no concelho de Alcácer do Sal (Setúbal), “não vai ser depositado nem um metro cúbico de resíduos ou de sedimentos” retirados do Tejo “em nenhuma área protegida”.
O governante explicou que a ação visa a retirada “do fundo do Tejo” de “cerca de 30 mil metros cúbicos” de resíduos, sendo que, “para já”, vão ser drenados “17 mil metros cúbicos”.
Esses sedimentos, continuou o governante, vão ser “pousados temporariamente” num “terreno que correspondia a um areeiro”, situado na margem do rio.
Este terreno, esclareceu, “não tem árvores, nem nenhum outro coberto arbóreo, nem vegetal”, e os resíduos a retirar do rio vão ser acondicionados em “big bags, em cima de geotêxteis”, os quais, “isolam o próprio solo” e “a matéria orgânica, para depois de seca ser tirada dali”.
A Quercus denunciou, na quinta-feira, que o Ministério do Ambiente pretende colocar os resíduos da ação de drenagem no rio Tejo em terrenos dentro da área protegida do monumento natural das Portas de Ródão, considerando "ilegal" tal ação.
Matos Fernandes destacou também hoje aos jornalistas que, das análises efetuadas, esses resíduos não contêm “rigorosamente nenhuns metais perigosos”.
“São sedimentos de grau um e de grau dois, que, naturalmente, têm que sair” do rio, sublinhou.
Trata-se, segundo o ministro, de “matéria orgânica concentradíssima” e “altamente consumidora de oxigénio” que tem de ser retirada do rio: “Se há coisa que nos preocupa é ter oxigénio na água para poder haver vida”.
E a Quercus, disse, “escusa de exigir as análises ao Ministério do Ambiente”.
“Basta pedi-las, mas já foram enviadas”, acrescentou.
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