“Neste momento, a indicação que tenho é que cerca de 40 cidadãos nacionais, portugueses ou luso-ucranianos, terão já abandonado a Ucrânia”, reforçou.
O governante referiu que permanecem no país cerca de 200 cidadãos nacionais que, após contactados, manifestaram intenção de lá continuar.
A sua grande maioria tem dupla nacionalidade e, essa questão, faz toda a diferença porque, estando na Ucrânia, estão na sua pátria e não no estrangeiro, explicou.
Augusto Santos Silva revelou ainda que apenas três cidadãos portugueses ou luso-ucranianos estão na região de Donbass, no leste do país, mas com condições de “rápida saída”, caso seja necessário.
Contudo, e dada a delicadeza das condições de segurança na Ucrânia, o ministro apelou a todos os cidadãos portugueses que se encontrem no país, e que ainda não tenham sido contactados, para que entrem em contacto urgente com a embaixada e informem do seu paradeiro, reforçando a mensagem hoje divulgada pela representação diplomática portuguesa, no país.
Dizendo ser crucial que as autoridades portuguesas tenham os contactos de todos os portugueses que lá vivem, o governante pediu ainda a esses que saiam enquanto as fronteiras estão abertas e existem ligações aéreas.
Porque, acrescentou, se a Ucrânia for alvo de uma agressão militar, a situação no terreno pode deteriorar-se muito rapidamente.
“Nós temos um plano de contingência para estas circunstâncias, temos sempre, e evidentemente que o temos atualizado constantemente no caso da Ucrânia à medida que a situação no terreno vai evoluindo”, comentou.
Augusto Santos Silva ressalvou ainda que, para já, a embaixada vai manter-se em Kiev, tendo o seu pessoal sido reforçado para “efeitos de apoio consular”, ao contrário de outras embaixadas que reduziram os seus funcionários.
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Entretanto, nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anunciaram no sábado ter registado em 24 horas mais de 1.500 violações do cessar-fogo na Ucrânia oriental, número que constitui um recorde este ano.
(Artigo atualizado às 15:37)
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