Manuel Pizarro reuniu-se hoje, durante mais de duas horas, com a administração do Hospital Distrital de Santarém (HDS), presidida por Ana Infante, e com os presidentes da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), Pedro Ribeiro, e da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves.
O governante visitou ainda as obras do serviço de Anatomia Patológica e do Gabinete Médico Legal e o Bloco de Partos do Hospital de Santarém, onde foi confrontado com a escassez de profissionais.
Salientando a excelência das instalações e do equipamento do Bloco de Parto do HDS, a diretora do serviço, Madalena Nogueira, lamentou os dias em que não tem profissionais para pôr na escala, num serviço em que sete dos 13 especialistas têm mais de 55 anos e dois são prestadores de serviços.
Em declarações à agência Lusa, Manuel Pizarro reconheceu dificuldades “significativas” em algumas especialidades no HDS, em particular, anestesia, medicina interna e ortopedia, “que causam constrangimentos no serviço de Urgência”, salientando a contratação de dois jovens recém-especialistas em anestesia e um em ortopedia.
O ministro considerou “uma boa notícia” a informação de que o HDS conseguiu contratar seis novos especialistas, de várias áreas, “um número pequenino”, mas “significativo” num hospital com um quadro de cerca de 100 especialistas.
“Temos que fazer o trabalho para reorganizar os serviços e também para reorganizar as funções dos serviços”, disse, exemplificando com a procura muito elevada na Urgência “relacionada com o facto de esta zona ter muitos lares e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI)”.
Segundo o ministro, a solução poderá passar pelo apoio aos lares pela equipa de hospitalização domiciliária, “reduzindo com isso o afluxo à Urgência”.
“Quero dizer que, apesar dos constrangimentos ou das dificuldades que reconhecemos, este hospital presta um grande serviço às pessoas e o hospital e os profissionais estão a fazer um grande esforço”, declarou, apontando a “significativa redução da lista de espera, quer nas consultas quer nas cirurgias” e o “plano para o continuar a fazer até ao fim do ano, que tem de ser enaltecido pela comunidade”.
Questionado sobre o desafio, deixado na reunião realizada em março pelo presidente da Câmara de Santarém, de trazer “soluções” para a reunião de hoje com a CIMLT, Manuel Pizarro disse não ter “nenhuma dúvida” de que nas próximas semanas haverá “uma melhoria”, com a primeira vaga de contratações, dependentes dos concursos que estão a decorrer, cuja celeridade saudou.
Salientando que os hospitais foram autorizados a fazer as contratações recorrendo a procedimentos muito simplificados e que foram lançados os concursos para a colocação dos médicos de família, o ministro afirmou que se seguirão outras medidas “para garantir que, nos próximos meses, a situação vai continuar a melhorar”.
Manuel Pizarro lembrou que estão em curso as negociações com os sindicatos, por causa da questão salarial, e que, no caso dos cuidados primários, vai ser generalizado o modelo de Unidades de Saúde Familiar (USF) de tipo B, que garantem “mais qualidade no atendimento aos utentes e mais salário aos profissionais”.
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