“Os ocupantes [russos] bombardearam a aldeia de Guryev Kozachok, no distrito de Bogodukhiv. Um míssil guiado antitanque russo atingiu um veículo civil que circulava na direção da aldeia”, disse Siniegubov.

“De acordo com dados preliminares, havia quatro pessoas no carro, que morreram no local”, afirmou numa mensagem publicada na rede social Telegram, citada pela agência espanhola EFE.

Siniegubov divulgou duas fotografias do que indicou ser o veículo atacado.

“Este é mais um ato de terror dos russos contra a população civil”, denunciou.

Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, Kiev tem acusado a Rússia de atacar civis e infraestruturas civis, incluindo edifícios residenciais, mas Moscovo respondeu sempre que visa apenas alvos militares.

Desconhece-se o número de baixas civis e militares na guerra russa contra a Ucrânia, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.

O gabinete do Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) confirmou a morte de 8.983 civis desde o início da guerra até 04 de junho, e mais de 15.400 feridos.

A agência da ONU tem advertido que “os números reais são consideravelmente mais elevados”, dado o atraso na receção de informações e na confirmação de dados provenientes de locais com combates intensos.

É o caso de Mariupol (região de Donetsk), Lysychansk, Popasna e Sievierodonetsk (região de Lugansk), “onde há alegações de numerosas vítimas civis”, disse o gabinete do ACNUDH no boletim mais recente sobre a guerra.

Ao anunciar a invasão, o líder russo, Vladimir Putin, disse que Moscovo pretendia “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia, que se separou da Rússia com a dissolução da antiga União Soviética, em 1991.

Putin também tem acusado o regime de Kiev de um alegado genocídio de falantes de russo na Ucrânia, sobretudo no Donbass, a região formada pelas autodeclaradas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

O líder russo reconheceu a independência dos dois territórios ucranianos antes de lançar a invasão militar, que também justificou com um pedido de auxílio das forças separatistas do Donbass.

Em setembro, a Rússia anexou Donetsk e Lugansk, bem como Kherson e Zaporijia, depois de ter feito o mesmo à Crimeia, em 2014, quando começou a guerra separatista no Donbass, com apoio de Moscovo.

Kiev e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões ucranianas.

Para fazer frente às forças russas, a Ucrânia tem contado com o fornecimento de equipamento militar pelos seus aliados ocidentais.

O Ocidente também impôs sanções económicas contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.