“O maior benefício que a emigração portuguesa traz, e trá-lo não apenas a Portugal, mas ao conjunto da União Europeia e de outras sociedades europeias e norte-americanas, é a prova empírica e concreta de que é possível ao mesmo tempo ter uma plena integração nas sociedades de acolhimento e plena vinculação, quer cultural, quer identitária às sociedades de partilhar”, disse o governante na apresentação Relatório da Emigração 2017, quando questionado sobre o maior benefício da emigração nacional.

“Aquilo que muitos dizem ser impossível, designadamente a extrema-direita europeia, é plenamente desmentido pelo caso português, que mostra que é possível que os portugueses vivam na Alemanha, lá trabalhem, residam e constituam família, não causando nenhum problema quer securitário, quer de outra índole”, vincou o governante.

Augusto Santos Silva salientou ainda que “o caso português está longe de ser um caso singular”, defendendo que “este é o caso da larguíssima maioria ad emigração, ao contrário do que a extrema-direita costuma dizer, metendo medo a tanta gente não sei porquê”.

A grande maioria dos emigrantes, concluiu o governante, está em situação legal “e a larguíssima maioria dos que estão em situação irregular entraram por via lega, e entre outras coisas devíamos saber do que estamos a falar quando falamos”, concluiu Santos Silva.

Cerca de 90 mil portugueses emigraram em 2017, menos 10 mil do que em 2016, com o Reino Unido a manter-se o principal destino, segundo o relatório.

De acordo com o documento, que compila dados relativos a 2017, nos países onde estão disponíveis, “a emigração portuguesa continua numa tendência de descida sustentada” fortemente relacionada com “a retoma da economia portuguesa, sobretudo no plano da criação de emprego”, e “descida do desemprego”, com a “revitalização do mercado de trabalho”.

Esta tendência, segundo o relatório, elaborado pelo Observatório da Emigração, explica-se ainda pela “redução da atração de países de destino como o Reino Unido, devido ao efeito ‘Brexit’, e Angola, devido à crise económica desencadeada com a desvalorização dos preços do petróleo”.

A descida regista-se desde 2013, quando atingiu o pico de 120 mil, o máximo deste século, passando para 115 mil em 2014, 110 mil em 2015 e 100 mil em 2016.

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