Prémio Nacional das Letras de Espanha, em 2016, foi também distinguido nos anos de 1980, com o Prémio Nacional de Tradução, pela versão castelhana da poesia de Antero de Quental. Foi igualmente tradutor de obras dos escritores portugueses Urbano Tavares Rodrigues e Mário Dionísio.
Conhecido sobretudo pelos seus romances “Largo noviembre de Madrid” (1980), “Capital de la gloria” (1989) e “La tierra será un paraíso” (2004), que constituem a chamada “Trilogia da Guerra Civil” espanhola (1936-1939), Juan Eduardo Zúñiga distinguiu-se também pelos relatos curtos, em títulos como “Mistérios das noches e dos dias”
A sua estreia nas letras verificou-se em 1951, com “Inútiles totales”, una obra de inspiração autobiográfica, publicada em 1951, sobre as tertúlias no Café Lisboa, nas Portas do Sol, em Madrid, uma obra em edição de autor, nunca reeditada.
Vencedor do Prémio Nacional da Crítica, é autor de romances como “El coral y las aguas” (1962), “El último día del mundo” (1992) e “Flores de plomo” (1999), e dos livros de contos “Largo noviembre de Madrid” (1980), “La tierra será un paraíso” (1989), “Capital de la gloria (2003) e “Brillan monedas oxidadas” (2010).
Em 2019, quando completou cem anos, publicou “Recuerdos de vida”, uma “autobiografia marcada pela guerra, pela vontade de aprender e pelo amor por Madrid”, como então a descreveu o jornal espanhol El País.
“Só quando sentimos que o final da rua se aproxima é possível repensar o que aconteceu”, escreveu Zúñiga, na apresentação da obra.
Entre as obras de autores portugueses traduzidas por Zuñiga, contam-se “Poesías y prosas selectas”, de Antero de Quental, “Realismo, arte de vanguardia y nueva cultura”, de Urbano Tavares Rodrigues, e “Introducción a la pintura”, de Mário Dionísio.
Traduziu também autores como Pushkin e Ivan Turgueniev, e publicou ensaios sobre a história e a política de países eslavos e do leste europeu, como Hungria, Roménia e Bulgária.
Era considerado o maior especialista em literatura russa e línguas eslavas, em Espanha, recorda hoje a agência Efe.
Juan Eduardo Zúñiga nasceu em Madrid em 24 de janeiro de 1919.
Em fevereiro do ano passado, pouco depois de completar um século vida, Zúñiga, através da família, depositou na “Caixa das Letras” do Instituto Cervantes um legado, em forma de ‘cápsula do tempo’, a abrir apenas em 2069. Inclui o seu cachimbo, “com o qual chamava as musas”, a viseira negra, com que mantinha a concentração, e o manuscrito de um conto.
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