Mordomo de Bento XVI — nascido Joseph Ratzinger — durante seis anos e o responsável pela partilha de documentos confidenciais do Vaticano, Paolo Gabriele morreu na manhã de terça-feira.

Gabriele era próximo de Bento XVI, tinha acesso aos seus aposentos privados, viajava à frente no papamóvel e era responsável por ajudar o sumo pontífice nas tarefas necessárias.

No início de 2012, o ex-mordomo enviou a jornais italianos trechos de cartas internas que revelavam as rivalidades e a corrupção nos bastidores da Igreja, dando lugar ao caso que ficou conhecido como "Vatileaks".

Na sequência do roubo de documentos confidenciais que Bento XVI teria mandado destruir, Paolo Gabriele foi preso em maio de 2012. Durante o seu julgamento num tribunal da Santa Sé, o ex-ajudante explicou que tinha a "convicção de ter atuado por amor exclusivo" à Igreja e ao papa. "Não me considero um ladrão", afirmou.

Considerado culpado por "furto agravado", Gabriele foi condenado a 18 meses de prisão. No entanto, foi perdoado a dezembro de 2012 pelo papa Bento XVI, que lhe terá levado a notícia pessoalmente à cela. O pontífice renunciou dois meses depois, argumentando que não tinha a força necessária para levar a cabo as suas tarefas.

Os documentos do "Vatileaks" não revelaram escândalos a larga escala, mas levantaram suspeitas de corrupção e revelaram conflitos dentro do Vaticano. Alguns dos documentos foram usados num livro de Gianluigi Nuzzi, "Sua Santitá" ("Sua Santidade - As Cartas Secretas de Bento XVI").

Paolo Gabriele, que trabalhava desde então no hospital pediátrico Bambino Gesù, administrado pela Santa Sé, deixa a esposa e três filhos.

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