Na sexta-feira, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, apelou a Moscovo para dar mostras de transparência em relação àquelas manobras, que preocupam os membros da NATO, sobretudo os que têm fronteiras com os dois países, como a Polónia e os países bálticos.

“Os exercícios Zapad-2017 têm um âmbito antiterrorista e são de um tipo puramente defensivo”, indicou numa conferência de imprensa o vice-ministro da Defesa russo, Alexandre Fomine.

O responsável criticou os meios de comunicação e os governos ocidentais, acusando-os de fazerem “circular mitos a propósito da dita ‘ameaça russa’” antes da realização dos exercícios, previstos para decorrerem de 14 a 20 de setembro.

“Alguns chegaram a afirmar que os exercícios servem de base à invasão e à ocupação da Lituânia, da Polónia ou da Ucrânia”, acusou Fomine.

Segundo o cenário das manobras explicado pelo Ministério da Defesa russo, o exército deverá lutar contra “grupos extremistas” que se teriam infiltrado na Bielorrússia e em Kaliningrado, enclave russo na Europa, com o objetivo “de organizarem atos terroristas e desestabilizar” os dois países.

“O inimigo é imaginário, nada tem a ver com a região” onde decorrerão as manobras, que poderiam realizar-se “em qualquer lugar do mundo”, assegurou Fomine.

No entanto, o seu homólogo bielorrusso, o general Oleg Belokonev, que deu uma conferência de imprensa simultânea em Minsk, precisou que o cenário prevê que as tentativas de desestabilização tenham origem numa “coligação de países no oeste (…), onde se encontram a Polónia, a Lituânia e a Letónia”.

Cerca de 12.700 militares, 7.200 bielorrussos e 5.500 russos devem participar nos exercícios, segundo Moscovo, enquanto Minsk falou de 13.800 soldados.

Estarão ainda envolvidos nas manobras, de acordo com a Rússia, 70 aviões e helicópteros, 250 tanques e 200 peças de artilharia, além de 10 navios.