Contactado pela agência Lusa, o museu, que é o segundo mais visitado do país, confirmou a entrada dos vigilantes na terça-feira, sem adiantar em que condições.

Depois de várias semanas com a maioria das salas encerradas ao público por falta de vigilantes, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que tutela os museus, palácios e monumentos nacionais, tinha anunciado na sexta-feira um reforço de seis vigilantes.

De acordo com a DGPC, este reforço resulta de um processo de contratação externa de cinco vigilantes para o MNAA, aos quais juntou mais um vigilante cedido pelo Museu Nacional dos Coches, num total de seis pessoas.

Estas contratações, segundo a DGPC, são feitas pelo período de um mês, a partir do dia 18 de julho, "até 18 de agosto", altura em que serão reavaliadas, de acordo com as necessidades do MNAA, e respondem à falta temporária de pessoal, na instituição, resultante sobretudo "de se encontrarem sete vigilantes de baixa médica".

O MNAA chegou a ter dois pisos encerrados por falta de vigilantes/rececionistas, mas na terça-feira abriu o terceiro piso ao público, mantendo fechadas as salas de mobiliário português e de artes decorativas europeias e, parcialmente, as do segundo piso.

A "falta de pessoal técnico (vigilantes/rececionistas)” continua a ser a justificação apresentada pela instituição, na sua página na internet, para o fecho parcial, de terça a sexta-feira.

De acordo com o sítio 'online' do museu, encontram-se encerradas as salas do primeiro piso, que apresentam as coleções de mobiliário português e artes decorativas europeias e, durante uma hora, das 13:00 às 14:00, as salas do piso dois, onde estão expostas as coleções de artes da Expansão, ourivesaria, joalharia e cerâmica.

O terceiro piso, que acolhe as coleções de pintura e escultura portuguesas, reaberto no ano passado, depois de obras, saiu agora da lista de zonas encerradas, onde se encontrava na semana passada, com a indicação de fecho das 12:00 às 15:00.

A direção do MNAA decidiu, há algumas semanas, encerrar a maioria das suas salas, de terça a sexta-feira, devido à falta de vigilantes/rececionistas, tendo colocado um aviso, no seu sítio 'online'. Este encerramento abrangia os pisos 01 e 02, durante o horário de funcionamento (10:00/18:00), e o piso 3, das 12:00 às 15:00.

O fecho parcial nunca atingiu a exposição temporária, "Madonna. Tesouros dos Museus do Vaticano", nem as salas de pintura europeia.

Os pisos 01 e 02 acolhem as exposições de mobiliário português, artes decorativas francesas, ourivesaria, joalharia, arte da expansão e cerâmica, enquanto o piso 03, que reabriu no ano passado, com um novo circuito expositivo, ao fim de vários meses de obras, acolhe a coleção de pintura e escultura portuguesas, onde se encontram algumas das peças mais importantes do acervo, como os Painéis de São Vicente.

Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, de pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX, e é um dos museus com maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.

Além dos Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, o acervo integra ainda, entre outros tesouros, a Custódia de Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por D. Manuel I, datada de 1506, os Biombos Namban, do final do século XVI, que registam a presença dos portugueses no Japão.

Hieronymous Bosch, Albrecht Dürer, Piero della Francesa, Hans Holbein, o Velho, Pieter Bruegel, o jovem, Lucas Cranach, Jan Steen, van Dyck, Murillo, Ribera, Nicolas Poussin, Tiepolo, Fragonard são alguns dos mestres europeus representados na coleção do MNAA.

Em 2016, o MNAA somou 175.578 visitantes, mantendo o segundo lugar na lista dos museus nacionais mais visitados.