No rescaldo dos fortes ataques da Rússia a cidades ucranianas, na segunda-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse em conferência de imprensa que os aliados estão a ponderar envio de mais sistemas de defesa aérea para Ucrânia.

Em vésperas de uma reunião de dois dias dos ministros da Defesa dos Aliados, na quarta-feira e quinta-feira em Bruxelas, o líder da Aliança Atlântica vincou que, por essa razão e apesar de "a NATO não ser parte do conflito", tem estado a prestar apoio "com um papel fundamental", para defesa da soberania da Ucrânia, assegurando que tal suporte se manterá "durante o tempo que for necessário".

"Estamos em conjunto com os aliados NATO a ponderar o envio de sistemas de defesa mais sofisticados de modo a melhorar a defesa aérea da Ucrânia", disse o secretário-geral.

"Temos de estar preparados para qualquer eventualidade e é esse um dos temas que vamos discutir amanhã na reunião com os ministros da defesa dos aliados NATO", acrescentou.

Numa altura em que o Kremlin ameaça o Ocidente com armas nucleares, Jens Stoltenberg salientou que "as ameaças nucleares do Presidente Putin são perigosas e irresponsáveis".

"A Rússia sabe que uma guerra nuclear não pode ser ganha e nunca deve ser travada", mas de qualquer forma "estamos a acompanhar de perto as forças nucleares russas", garantiu.

O secretário-geral disse ainda que os exercícios militares previstos para a próxima semana, "Steadfast Noon", poderão incluir armas nucleares.

"Este é um exercício de rotina que acontece todos os anos", enfatizou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Segundo o jornal alemão Berliner Sonntagsblatt, na operação de treino militar, "Steadfast Noon", as forças da NATO praticam, entre outras manobras, o "transporte de armas nucleares entre silos e apuram-se os sistemas de lançamento das ogivas".

O secretário-geral deixou claro que a NATO defenderá todos os aliados e que a dissuasão nuclear é "segura e eficaz".

Em relação à ameaça nuclear por parte da Rússia, Stoltenberg disse que os aliados estão a monitorizar de perto, mas ainda não conseguiram ver movimentos nesse sentido.

"A NATO está preparada para defender os seus aliados, sempre esteve e ficou ainda mais quando a Rússia invadiu a Ucrânia", disse Stoltenberg aos jornalistas.

(notícia atualizada às 15h26)

*com Lusa