"Nervos de aço! Conversei com os comandantes de todas as REDI e ZODI [chefes militares] do país, que me manifestaram a sua total lealdade ao Povo, à Constituição e à Pátria. Apelo à máxima mobilização popular para assegurar a vitória da Paz. Venceremos!"

Foi esta a mensagem partilhada por Nicolás Maduro através da rede social horas depois de Juan Guaidó anunciar hoje que os militares deram “finalmente e de vez o passo” para o acompanhar e conseguir "o fim definitivo da usurpação” do Governo do Presidente Nicolás Maduro.

"O 01 de maio, o fim definitivo de usurpação começou hoje", disse Guaidó num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, no qual está acompanhado por um grupo de soldados na base de La Carlota, a leste de Caracas.

Neste vídeo, o presidente interino da Venezuela, reconhecido por meia centena de países, apelou também à mobilização popular, o que levou centenas a sair à rua e confrontos.

A versão do Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é outra e garante que foi “derrotada a tentativa de golpe de Estado” promovida por "um reduzido grupo de militares traidores".

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder do parlamento, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio da maioria da comunidade internacional e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou mais de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou luso-descendente.