A portuguesa Fátima, entre lágrimas, deslocou-se esta manhã a um dos memoriais às vítimas do atentado de quinta-feira, em Nice (França), que têm aumentado e incluem cada vez mais peluches.
Com o trânsito já aberto numa faixa da avenida marginal, onde um homem lançou um camião sobre a multidão e matou, pelo menos 84 pessoas, a portuguesa acompanha o marido que deposita um desenho de homenagem às vítimas ao lado de dezenas de mensagens.
Enquanto o marido acende pequenas lamparinas, Fátima, habitante de Nice há oito anos, emociona-se a comentar a tragédia que aconteceu na sua cidade de adoção e entretando reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico.
“Por enquanto não conheço ninguém envolvido, mas provavelmente virei a saber de alguém, porque foi tanta gente”, comenta à Lusa.
Da varanda da sua casa viu partes do fogo-de-artifício e ouviu sirenes, mas foi pelo telefone e pela televisão que ficou a conhecer os pormenores do ataque.
“É chocante, é muito chocante. Ser ao pé da porta, torna-nos mais sensíveis”, testemunha a portuguesa, tentando conter algumas lágrimas, para acrescentar várias questões retóricas sobre a imprevisibilidade dos atos terroristas.
As mensagens expressam tristeza, solidariedade, preces, mas também pedidos para “parar os massacres”, recordações de que crianças estão a ser mortas e que as pessoas “estão cansadas da carnificina”.
Até ao momento cinco pessoas foram detidas: a ex-mulher do homicida e quatro homens alegadamente próximos do cidadão tunisino abatido pela polícia após o ataque.
A imprensa local tem relatado várias operações policiais junto da estação ferroviária e na casa do homicida, localizada na zona este da cidade, acrescentando que se desconhece se o ataque aconteceu com a ajuda de cúmplices.
O registo oficial de vítimas portuguesas neste ataque continua a ser de apenas um ferido, reafirmou hoje à Lusa o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, indicando ser a informação que os serviços consulares portugueses receberam das autoridades francesas até ao momento.
Das contas provisórias da tragédia de Nice fazem ainda parte mais de 200 feridos.
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