"De 29 de agosto a 1º de setembro, o Fórum Penal verificou oitenta e seis (86) libertações (com restrições) de adolescentes (com idades entre 14 e 17 anos), detidos desde 29 de julho, no contexto das manifestações pós-eleitorais na Venezuela", disse a ONG, que lidera a defesa dos "presos políticos" no país.
Na véspera, a ONG havia reportado 40 libertações com medidas cautelares, e dois dias antes, outras 16.
Do total de 86 libertados, 74 são homens e 12, mulheres. As libertações ocorreram em 14 dos 24 estados do país, incluído o Distrito Capital.
Segundo registos do Fórum Penal, na Venezuela, 114 adolescentes foram detidos, acusados de delitos de terrorismo ou traição à pátria, após os protestos contra a reeleição de Maduro, que a oposição denuncia como fraudulenta.
As autoridades não se pronunciaram sobre as detenções destes jovens menores de 18 anos. Tampouco sobre as solturas, embora tenham confirmado 2.400 detidos.
Deste total, a Fórum Penal contabilizou 1.581 "presos políticos" e continua a receber denúncias.
"O que este regime fez não tem precedentes na Venezuela. Maduro sequestra crianças; violou os seus direitos e a sua dignidade, separando-as das suas famílias e condenando-as ao terror", escreveu a líder opositora María Corina Machado numa mensagem publicada no Instagram, exigindo a libertação de todos os adolescentes e presos políticos.
Maduro dispôs de duas prisões de segurança máxima, Tocuyito e Tocorón, para prender os detidos. As duas penitenciárias estiveram por anos nas mãos de quadrilhas criminosas até serem ocupadas pelas forças de ordem, em 2023.
Nesta semana, foram levados para estas prisões cerca de 700 detentos, segundo a ONG Observatório Venezuelano das Prisões.
As manifestações também deixaram 27 mortos e 192 feridos.
A Fórum Penal informou, na quarta-feira, que a Venezuela regista atualmente o maior número de "presos políticos" em quase 25 anos, com 1.780 detidos. Até 28 de julho, registrava 199.
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