Um estudo, publicado pelo Journal of Ecology alerta para a situação dos freixos. De acordo com o estudo, que analisou a maior amostra de sempre de freixos europeus, estas árvores estão a morrer devido à murchidão (dieback) causada por um fungo e ao besouro broca cinza-esmeralda.

A doença, causada pelo fungo Chalara fraxinea, já foi reportada em vários países da União Europeia, mas até à data ainda não foi detetada em Portugal, pelo menos segundo o plano fitossanitário de 2014 do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Através deste plano, Portugal espera evitar a entrada e dispersão do fungo no país.

O freixo é uma das árvores mais abundantes do Reino Unido e corre o risco de desaparecer da sua paisagem. De acordo a publicação do Journal of Ecology, o fungo, identificado na Inglaterra em 2012, pode destruir 95% dos freixos do Reino Unido.

Mas agora a ameaça é dupla. A broca cinza-esmeralda, que é um besouro verde brilhante, oriundo da Ásia, está a espalhar-se por Moscovo a uma taxa de 41km por ano. Segundo a BBC, poderá já ter chegado à Suécia.

As larvas apresentam o maior perigo para os freixos, pois ao perfurarem a casca e a madeira destroem o tronco e acabam por matar a árvore. Já os besouros adultos, que se alimentam das folhas, causam apenas danos. Porém, existe também o risco de acabarem com as folhas, não deixando a árvore utilizar a luz do sol.

Em 2002, o besouro foi acidentalmente introduzido na América do Norte, onde matou milhões de freixos.

Peter Thomas, um dos responsáveis pelo estudo, acredita que a maioria dos freixos na Europa serão eliminados. "Os dois juntos (fungo e besouro) são um golpe duplo", comentou ao Telegraph.

Thomas acredita que é só uma questão de tempo até o besouro chegar ao resto da Europa. "O freixo europeu é muito susceptível ao besouro, que está em vias de se tornar na maior ameaça enfrentada por esta árvore na Europa - potencialmente mais sério que o fungo do freixo.", explicou.

O impacto desta dupla ameaça não será só para a paisagem. A BBC explica que a extinção do freixo afetará também a biodiversidade. Mil espécies, que incluem 12 tipo de aves, 55 mamíferos e 239 invertebrados, estão associados a esta árvore.

O freixo é comum em todo o território português e várias lendas estão relacionadas com a árvore. Em Freixo de Espada à Cinta encontra-se um freixo com mais de 500 anos.