Catarina Martins discursava hoje à noite na sessão promovida pelo BE no Fórum Lisboa, para assinalar os dois anos de mandato autárquico em Lisboa, com um executivo formado na sequência do acordo com o PS, tendo guardado os últimos minutos da sua intervenção para o Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).
Lembrando “um grande debate de números” entre BE e PS durante a campanha eleitoral que teve um dos centros no investimento num parque público habitacional, a coordenadora do BE afirmou que o PS, numa “espécie de adenda ao seu programa eleitoral a que chamou impacto financeiro das medidas do programa eleitoral do PS”, inscreveu “um parque habitacional público de habitação a custos acessíveis com 25 mil habitações até 2024″, num total 600 milhões de euros, correspondendo “a um valor médio anual de 150 milhões de euros”.
“Sabem quantas habitações é que o PS está a pensar ter para este parque habitacional público com o Orçamento do Estado que entregou no parlamento? Zero. Nem uma. Esqueceram-se. Têm sido esquecidos. Já a taxa da celulose que era importante para financiar as espécies de crescimento lento nas florestas, esqueceram-se também”, criticou.
Assegurando que “já o Bloco não se esquece do seu mandato e também não se esquece do que foi dito em campanha eleitoral”, Catarina Martins aproveitou para fazer um anúncio de uma proposta de alteração a apresentar agora na fase da especialidade do OE2020.
“Para que o Orçamento do Estado 2020 não tenha zero casas de parque habitacional público e para que o Partido Socialista possa cumprir a promessa que fez em campanha eleitoral, o Bloco de Esquerda vai apresentar na especialidade do Orçamento nem mais nem menos do que 150 milhões de euros em 2020, para começar a criar este parque habitacional público para habitações acessíveis”, antecipou.
A líder bloquista deixou claro que este “não é o valor que o BE propunha”, mas, sim, “o valor que o PS prometeu e que terá agora a oportunidade de votar no Orçamento do Estado”.
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