“Aproxima-se o Orçamento do Estado e estamos aqui com um enormíssimo desafio. Primeiro, foi a obsessão com a redução do défice para justificarem que não queriam aumentar salários, fazer investimento público ou promover melhores e mais serviços públicos”, afirmou Arménio Carlos, no encerramento do XII Congresso da União dos Sindicatos de Lisboa (USL/CGTP-IN).
Agora, segundo este responsável, o Governo tem em marcha uma tentativa de “chegar aos primeiros meses do ano” e anunciar que Portugal passou “de um défice orçamental para um excedente”.
Neste sentido, a intersindical pretende intensificar a sua intervenção e reivindicação.
“Se pagámos a fatura, é chegado o momento de passarmos o recibo para que os trabalhadores, serviços públicos e o povo português possam melhorar as suas condições de vida e de trabalho”, afirmou.
Para o líder da CGTP, que se prepara para abandonar o cargo em 2020, “não se justifica” que a apresentação de “contas certas” a Bruxelas implique a degradação dos serviços públicos, salários e poder de compra dos trabalhadores.
“É o momento de deixar uma mensagem inequívoca ao Governo. O aumento para os salários para os trabalhadores da administração pública não tem que ser calculado pela inflação deste ano ou a eventual inflação do ano que vem, tem que ser calculado para dar resposta aos 90 euros”, propostos pela central sindical, considerou.
Em declarações à Lusa, após encontro, Arménio Carlos disse que do congresso saiu a ideia-chave de que o futuro do país está dependente da centralidade do trabalho, aumento do salário mínimo e respeito pelos horários, a que se associam a estabilidade e segurança no emprego.
“Não há competitividade que se sobreponha ao direito fundamental das crianças estarem com os seus pais”, concluiu.
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