Oito grandes ataques em sete anos, é o balanço da Rússia no que respeita a ataques terroristas registados de 2010 para cá. Oito ataques em solo russo que provocaram 145 mortos e que têm tido os transportes públicos como palco preferencial: metro, aeroporto e gare de autocarros.

De todos os ataques registados, o mais mortífero aconteceu há quase exatamente sete anos, a 29 de março de 2010, em Moscovo, e causou a morte a 39 pessoas, provocando também 102 feridos. O metro da capital russa foi o alvo escolhido em plena hora de ponta e os ataques foram reivindicados por Dokou Oumarov, o fundador do Emirado do Cáucaso.

A 24 de janeiro de 2011, um novo ataque, de novo também reclamado por Dokou Oumarov. O alvo: o aeroporto internacional de Moscovo - Demodedovo. Morreram 37 pessoas e dezenas ficaram feridas.

A 4 de maio de 2012, 14 mortos e mais de 120 feridos foi o balanço um atentado com um carro bomba nos arredores de Makhatchkala, capital do Daguestão, no Cáucaso russo.

O ano seguinte foi especialmente violento, com quatro atentados, o primeiro dos quais a 20 de maio, de novo em Makhatchkala, de novo com uma explosão de uma viatura, causando oito mortos. Cinco meses depois, a 21 de outubro, um bombista kamikaze fez-se explodir num autocarro cheio de estudantes em Volgograd (ex-Estalinegrado), matando seis pessoas. Nos últimos dias do ano de 2013, o terror regressou. A 20 de dezembro, de novo um kamikaze oriundo do Daguestão que fez-se explodir numa gare de autocarros de Volgograd, matando 17 pessoas e ferindo dezenas. E no dia seguinte, a 30 dezembro, nova explosão num autocarro na mesma cidade provocou 14 vítimas mortais e 28 feridos. Vladimir Putin ordenou então reforço da segurança face à ameaça terrorista: faltava menos de um mês para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, que se realizariam em Sochi.

Nos anos que se seguiram não se registaram atentados de maior dimensão em solo russo, até ao de hoje, em São Petersburgo. Uma pacificação que alguns viram como resultado da morte de Dokou Umarov, o autoproclamado emir do russo Cáucaso do Norte, noticiada a 18 de março de 2014.

Com a intensificação da guerra na Síria, a ameaça terrorista voltou no entanto à Rússia.

De registar o atentado ao avião russo de passageiros Metrojet que vitimou 224 pessoas. Uma bomba artesanal fez com que o avião se despenhasse no deserto do Sinai a 31 de outubro de 2015 e, segundo as autoridades russas, tratou-se de um ato terrorista.

Hoje - dia em que uma explosão no metro russo custou a vida a pelo menos onze pessoas - poderá ter sido mais um desses dias de má memória.