Apoiantes e voluntários do Lifeline – cujo capitão, o alemão Claus-Peter Reisch, está a ser julgado em Malta por alegadas irregularidades no registo do navio -, do Seefuchs e do Sea Watch 3, os três navios arrestados em Malta, desfilaram em La Valetta com mãos algemadas e manchadas de vermelho e criticaram o comportamento dos dirigentes europeus.
Num comunicado, a Mission Lifeline, cujo navio está retido há 75 dias, responsabilizou o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, a chanceler alemã, Angela Merkel, e outros políticos europeus pelo afogamento de mais 380 pessoas devido ao bloqueio das operações de salvamento civil no Mediterrâneo.
Também a Sea Watch exigiu hoje publicamente, numa carta dirigida a Muscat, “a libertação imediata do seu navio”, para que possa retomar as operações de resgate, considerando o bloqueio “intolerável” e “vergonhoso” para um Estado constitucional e acusando o Governo de ser responsável direto por “cada morte evitável que ocorra no mar”
As ONG dizem também que Malta não apresentou até ao momento quaisquer justificações legais para bloquear os navios.
A Mission Lifeline salienta que “após cinco audiências, o Ministério Público de Malta não apresentou até agora qualquer prova que sustente a acusação [contra o capitão do navio]” e a Sea Watch sustenta que o executivo maltês retém o seu navio, num porto próximo de La Valetta, “sem justificação legal, apenas com fundamentos políticos”.
A Sea Watch acrescenta na carta que as autoridades portuárias maltesas não autorizam a saída do navio para águas internacionais, há 70 dias, com argumentos vagos e sem documentos oficiais.
As ONG queixam-se de estar a ser usadas como “bodes expiatórios políticos para os falhanços das políticas migratórias na União Europeia.
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