“Gaza encontrava-se numa situação humanitária desesperada antes das últimas hostilidades. Agora é catastrófica. O mundo tem de fazer mais”, dizem as organizações numa declaração conjunta, na qual afirmam também que os fluxos de ajuda humanitária devem ser em grande escala e sustentados, permitindo que todos os habitantes de Gaza preservem a sua dignidade.
A declaração foi divulgada no dia em que um primeiro, “mas limitado” carregamento de material humanitário das Nações Unidas e do Crescente Vermelho egípcio entrou em Gaza, em 20 camiões, pela fronteira de Rafah.
Trata-se de uma ajuda urgente para “algumas das centenas de milhares de civis, na sua maioria mulheres e crianças, que foram privadas de água, alimentos, medicamentos e outros bens essenciais”, dizem o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Programa Alimentar Mundial, Organização Mundial de Saúde, Fundo das Nações Unidas para a População e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
As organizações notam que se trata de uma ajuda longe de ser suficiente, porque mais de 1,6 milhões de pessoas em Gaza precisam criticamente de ajuda humanitária.
“Com tantas infraestruturas civis em Gaza danificadas ou destruídas em quase duas semanas de bombardeamentos constantes, incluindo abrigos, instalações de saúde, água, saneamento e sistemas elétricos, o tempo está a esgotar-se” e em breve as taxas de mortalidade podem disparar “devido a surtos de doenças e à falta de capacidade de cuidados de saúde”, alertam.
Traçando uma situação preocupante em todos os setores na Faixa de Gaza, a ONU apela a um acesso seguro e sustentado a água, alimentos, saúde e combustível, necessário para permitir a prestação de serviços essenciais.
“Apelamos à proteção de todos os civis e das infraestruturas civis em Gaza, incluindo as instalações de cuidados de saúde”, à proteção dos trabalhadores humanitários, e “ao máximo respeito do direito humanitário internacional por todas as partes”, dizem as agências da ONU na declaração conjunta.
O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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